JUSTIÇA

Carla Zambelli: Itália tem 48 horas para decidir se mantém prisão, extradita ou liberta deputada

Deputada é presa na Itália após ser incluída em lista da Interpol, diz Ministério da Justiça

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) - Lula Marques/ Agência Brasil

As autoridades policiais italianas têm até 48 horas para decidir o que irão fazer com a deputada federal licenciada Carla Zambelli, presa nesta terça-feira em Roma, capital da Itália. 

Fontes da Polícia Federal ouvidas pelo Globo dizem que as autoridades italianas precisarão decidir se extraditam, mandam para prisão domiciliar ou libertam Zambelli — que está fora do Brasil há dois meses. 

O nome da parlamentar licenciada foi incluído na lista vermelha da Interpol, o que a tornou procurada em 196 países. A prisão da parlamentar havia sido determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após ela ser condenada a uma pena de dez anos de reclusão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

 

Ao decretar a prisão, Moraes afirmou que houve uma "inequívoca" intenção "de se furtar à aplicação da lei penal". "No caso de Carla Zambelli Salgado de Oliveira é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar", escreveu o ministro na decisão.

Zambelli foi condenada em maio, pela Primeira Turma do STF, por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, pela suspeita de invasão ao sistema do CNJ. O hacker Walter Delgatti foi condenado a oito anos e três meses de prisão.

Os dois foram acusados de forjar documentos falsos e incluí-los no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes e uma falsa ordem de quebra de sigilo bancário do ministro.