BRASIL

Tebet defende que Lula ligue para Trump e esclareça as questões políticas e comerciais no tarifaço

Ministra destacou ser preciso 'ponto de partida' para conversas e que a situação não fique pior

Ministra Simone Tebet - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu que o presidente Lula ligue para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e faça um esclarecimento sobre a diferença entre a questão política e comercial no tarifaço previsto para começar na próxima sexta-feira. Para a ministra, ele tem motivação política, especialmente ligada ao ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Se não houver da nossa parte um esclarecimento nessa pauta política, fica só a narrativa de um dos lados. Eu, se fosse (o presidente Lula), entraria sim na questão política ideológica com muita tranquilidade, porque nós não temos nada a esconder — disse a ministra em entrevista à Globo News, acrescentando:

— Eu colocaria na mesa, começaria dizendo: presidente Trump, o senhor foi induzido a erro. O Brasil é uma democracia, a diplomacia Brasil Unidos vive 200 anos muito bem. O Brasil precisa dos Estados Unidos, como os Estados Unidos têm coisas que dependem do Brasil também. O poder Judiciário é independente, eu não tenho, porque aqui não é uma ditadura, não tenho a capacidade nem o poder de interferir numa decisão judicial disse a ministra em entrevista à Globo News.

 

Tebet disse ainda que convidaria o presidente Trump para vir novamente ao Brasil:

— Para ver que aqui a imprensa é livre, que os Poderes são independentes, que o Congresso Nacional hoje, inclusive, é muito mais fortalecido que o Executivo e que a gente aqui vive com uma liberdade de expressão.

Tebet destacou que Lula "não tem problema" em ligar para Trump, mas que precisa de um "ponto de partida" para que a situação não fique pior.

— O presidente Lula não tem problema de pegar o telefone e ligar. Mas não foi uma ou duas vezes que eu ouvi o presidente dizer isso. O problema é o seguinte, eu preciso minimamente de um ponto de partida para que (a situação) — disse a ministra.

Ela acrescentou que o ponto de partida é saber efetivamente o que o governo americano quer "que o Brasil ainda não tenha se prontificado, o que o Brasil tem a oferecer e que ainda não pode anunciar".