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Alvo de sanções dos EUA, ministro Alexandre de Moraes vai a Corinthians x Palmeiras

Corintiano declarado, ministro fez até gesto obsceno para torcida rival

Alvo de sanções dos EUA, ministro Alexandre de Moraes vai a Corinthians x Palmeiras - Ciro Hey/ Central do Timão

O ministro do STF Alexandre de Moraes, vai à Neo Química Arena para acompanhar o jogo entre Corinthians e Palmeiras, válido pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (30) após o governo dos Estados Unidos aplicar a Lei Magnitsky contra ele, que permite a imposição de sanções econômicas contra acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.

Embora o momento possa parecer delicado, o ministro chegou sorridente, se apresentou de roupa casual bem diferente da toga utilizada no tribunal, acompanhado da esposa, a Viviane Barci de Moraes, ele brincou com as pessoas próximas, gritando "vai Corinthians" antes de se dirigir ao camarote da Neo Quimica Arena.

Durante partida, também viralizou uma imagem de Moraes fazendo gesto obsceno com o dedo do meio apontado para a torcida do Palmeiras. Moraes é torcedor declarado do time paulista e comparece ao estádio para assistir os jogos casualmente. Ele participou até mesmo da campanha de arrecadação para quitar a dívida da Neo Química Arena, organizada pela torcida Gaviões da Fiel em 2024.

A cena repercutiu nas redes e gerou reação de parlamentares, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e do ex-advogado de Jair Bolsonaro,

Veja vídeo:




Opositores repercutem ida de Moraes ao estádio
O deputado federal Nickolas Ferreira ironizou que o "sorrisinho amarelo" do ministro seria de nervosismo por conta do imbróglio internacional.

Já Wajngarten comentou que se o gesto fosse realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, havia uma comoção pública muito maior contra ele.

"Se o Presidente fizesse um gesto obsceno ou falasse um palavrão teríamos: 7 capas; 26 homepages; 3 plantões extraordinários; 46 notas de repúdio; 19 associações pedindo Impeachment; Esqueci de algo?", escreveu no X.

 

Entenda escalada na crise entre EUA e Brasil
O governo americano anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A decisão ocorre após a escalada da crise entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o governo e Judiciário brasileiros. O informe da Secretaria de Tesouro dos EUA inclui o nome de Moraes e informações pessoais do ministro do STF, como a data de nascimento e dados relativos ao passaporte e identidade.

A Magnitsky é aplicada por decisão do Executivo, sem necessidade de condenação em processo judicial, e prevê uma série de sanções que, na prática, extrapolam as fronteiras dos Estados Unidos. A rigor, basta um ato administrativo do governo americano, que pode ou não ser lastreado em informes de autoridades e organismos internacionais.

"O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira", afirma o presidente, em nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

E continua: "O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses", diz Lula.

O presidente afirma que um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático.

O ministro ainda não comentou publicamente a sanção.