TARIFAÇO

Governo avalia que café pode ser contemplado em exceção global de tarifas de Trump

Secretário de Comércio de EUA sinalizou que "recursos naturais" poderiam ser isentos

Café - Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva mantém a expectativa de que o café fique de fora do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em virtude de uma possível decisão favorável do governo americano a “recursos naturais” importados de diferentes países.

Trump assinou o decreto que sobretaxa os produtos importados do Brasil em 50% nesta quarta-feira (30), mas excluiu quase 700 itens. O café, contudo, não escapou do aumento da tarifa, assim como carnes e pescados.

No caso do café, contudo, a esperança de uma situação mais favorável se mantém, porque o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sinalizou esta semana, sem citar países específicos, que a compra do produto poderia ser isento ao entrar nos EUA.

Nesse caso, a esperança é de que uma decisão com validade "global" salve o café do tarifaço. Além do café, isso poderia valer também para manga, cacau e abacaxi, itens que não são cultivados em solo americano.

Na declaração, porém, o secretário de Trump disse que essa isenção normalmente é incluída quando são fechados acordos com os países afetados pelo tarifaço. No caso do Brasil, não houve um acordo, e a ordem executiva que oficializou a sobretaxa não excluiu o café.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump definirá novas tarifas para os países que ainda não foram divulgados acordou ou decretos com as regras até meia-noite desta quinta-feira.

O café brasileiro mantém-se como o principal produto exportado para os EUA, representando cerca de 33% do consumo americano. Entre janeiro e maio deste ano, os EUA compraram 17% de todo o café brasileiro exportado.

Já de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), foram enviadas aos Estados Unidos 3,3 milhões de sacas de janeiro a junho deste ano. Em 2024, o país exportou mais de 8 milhões de sacas de café para a maior economia do mundo, reforçando sua posição de liderança no setor.