Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan reprisam seus papéis em "Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda"
A continuação do clássico dos anos 2000 estreia nos cinemas nesta quinta-feira (7)
A situação atual da indústria cinematográfica levanta questionamentos: algum filme está a salvo de uma continuação/remake/reboot? Até quando a nostalgia vai guiar semanalmente a grade de horários dos cinemas? Qual o limite de Hollywood? Nesta quinta-feira (7), o clássico de comédia estrelado por Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, "Uma Sexta-Feira Muito Louca", entra para a lista de vítimas com a estreia de "Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda" nos cinemas.
Esse não era o revival mais esperado pelos amantes da sétima arte. Porém, Curtis pensou diferente quando descobriu que sua antiga co-star estava quase com a idade que ela tinha quando gravou o original. De acordo com uma entrevista para Stephen Colbert (apresentador e comediante americano), a atriz, agora com 66 anos, imediatamente ligou para o diretor executivo da Disney e fez acontecer.
O segundo filme se passa duas décadas após os eventos do anterior, quando Anna (Lindsay Lohan) e sua mãe Tess (Jamie Lee Curtis) trocaram de corpo por conta de uma magia de um biscoito da sorte. A história se repete, mas, desta vez, com duas novas incógnitas na equação: as filhas de Anna. Duas adolescentes rebeldes que não se dão bem, mas se tornaram irmãs repentinamente com o casamento dos seus pais.
Troca-troca
Ficções sobre personagens que trocam de corpo fazem sucesso na literatura e no cinema há muito tempo. Entre alguns exemplos: “Seu Nome", “A Outra Face”, “Se Eu Fosse Você” e até mesmo “Freaky Friday”, o livro infantil que deu origem às adaptações da Disney (1995, 2003 e 2018). Atualmente, a tendência é ir além de duplas e fazer um grupo inteiro trocar de corpo para deixar a trama mais dinâmica, como no recente “Identidades em Jogo”, da Netflix. Essa moda assume o perigo de um enredo bagunçado e com furos de roteiro. Ou seja, apesar da obra apostar em uma fórmula de sucesso, ela é um risco por si só.
Ainda que “Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda" sofra com alguns desses problemas, ele ganha pontos ao lembrar qual a graça de filmes do gênero: diálogo inteligente cheio de paralelos e duplo sentido que se aplicam tanto a quem está ciente da troca, quanto a quem está por fora. Além de dar liberdade aos atores para liderar algumas cenas, como as de comédia, por exemplo. Felizmente, Curtis é uma atriz experiente e versátil que, em alguns momentos, faz até você esquecer que ela não é uma adolescente presa no corpo de uma idosa.
Uma sexta-feira muito familiar
Não se engane. O longa transborda o mood 'sessão da tarde' e é um besteirol com quase duas horas de duração. Mas o primeiro também era e isso nunca foi um demérito. O problema mesmo é a repetição. Além de já ser uma premissa batida, a película não adiciona nada de novo, a não ser satisfazer nossa curiosidade sobre como estão os personagens depois dos acontecimentos há 20 anos. Ou seja, é o mesmo filme “para toda família” que nós vimos nos anos 2000.