SESSÃO VIRTUAL

Impasse com oposição permanece, e Alcolumbre convoca sessão virtual para votar projeto de interesse

Oposição promove paralisação dos trabalhos desde terça-feira (7)

Davi Alcolumbre - Marcos Oliveira/Agência Senado

Diante do impasse com a oposição, que segue ocupando o plenário, o presidente do Senado, Davi Alcolmbre (União-AP), vai convocar uma sessão virtual para votar o texto que estipula a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos.

— Isso é um golpe, tomar legitimidade de um lugar. Alcolumbre vai adotar uma sessão virtual para votar a MP dos 2 salários mínimos — afirmou o senador Cid Gomes na saída da reunião de líderes.

A ocupação dos plenários das duas Casas chegou ao segundo dia nesta quarta-feira. Deputados bolsonaristas ampliaram, na tarde desta quarta-feira, a mobilização contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após passarem a madrugada em vigília nos dois plenários principais do Congresso, os parlamentares ocupar também o auditório Nereu Ramos. No Senado, um grupo de parlamentares se acorrentou na mesa de trabalho.

 


A ação ocorreu por volta das 14h. Segundo deputados da oposição, foi uma resposta a uma tentativa de fazer as sessões legislativas de lá e furar a obstrução.


A movimentação ocorre em meio a uma série de tentativas da oposição de travar votações e pressionar a presidência da Câmara. Na terça-feira, a Mesa Diretora restringiu o acesso aos plenários a partir das 19h, permitindo a entrada apenas de parlamentares, numa tentativa de evitar tumultos e imagens que pudessem ser exploradas politicamente.


A ocupação do Nereu Ramos tem peso simbólico, por ser tradicionalmente um espaço reservado a audiências públicas e cerimônias solenes da Câmara.


Nos bastidores, líderes governistas acusam os bolsonaristas de promoverem um “clima de baderna” e tentarem transformar o Congresso em palco de guerra política.


— Uma atitude contra a democracia e o parlamento. A presença e a atividade parlamentar é de uso da palavra. Tentar impedir o uso da palavra é uma atitude autoritária que não pode ser aceita de forma alguma pela população brasileira — disse Maria do Rosário.


Já os aliados de Bolsonaro afirmam que as ações são legítimas e representam um protesto contra o que consideram perseguição judicial ao ex-presidente. Eles cobram anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, fim do foro privilegiado e o impeachment de Alexandre de Moraes para frear a movimentação.


— Já estamos fazendo a escala do final de semana. Não vamos parar — diz o senador Carlos Portinho (PL-RJ)