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"Uma perda irreparável": Sombrinha, maior parceiro musical de Arlindo Cruz, lamenta a morte do amigo

O sambista morreu nesta sexta-feira aos 66 anos de idade; ele lutava há 8 anos contra um AVC

Arlindo Cruz foi encontrado inconsciente após sofrer um AVC, na última sexta (17) - Divulgação

O sambista Sombrinha, maior parceiro musical de Arlindo Cruz, com quem divide a autoria de mais de 120 canções, lamentou a perda do amigo que morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. O "sambista perfeito" — como era chamado por fãs e amigos — estava afastado da cena musical desde 2017, quando sofreu um AVC.

— É um misto de sentimentos — afirma Sombrinha para O Globo— Porque a gente fica aliviado por tirar ele desse sofrimento, e é, ao mesmo tempo, uma perda irreparável.

Perguntado sobre como gostaria que lembrassem de Arlindo, o artista diz que é preciso lembrar das boas memórias e da alegria que o amigo tinha de cantar, compor e viver.

Além das mais de 120 composições assinadas em conjunto, os dois sambistas dividiram a carreira em duas oportunidades: primeiro com o grupo Fundo de Quintal, que marcou o início da trajetória musical de ambos; e depois com uma série de discos assinados em dupla, que começou com o álbum 'Da Música", de 1996, e terminou com "Hoje Tem Samba", de 2002.

Sombrinha também publicou uma foto em homenagem ao parceiro no Instagram. Na legenda, o artista escreveu "Hoje o samba entardeceu triste".

Família confirma morte
A morte de Arlindo Cruz foi confirmada pela família nas redes sociais do artista. Arlindo deixa três filhos, Arlindinho e Flora Cruz, fruto do seu casamento com Babi Cruz, e Kauan Felipe.

"Com imenso pesar, a família e a equipe de Arlindo Cruz comunicam seu falecimento. Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho", diz o comunicado. Leia a seguir:

Um dos maiores sambistas de sua geração, conhecido pela riqueza melódica de suas composições e pela malandragem de seu partido-alto, Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu e foi criado em Madureira, bairro do subúrbio do Rio que virou musa de suas canções.

O cantor respirou música desde cedo por influência do pai, Arlindão, que promovia encontros em casa onde apareciam figuras como Candeia. Foi no disco "Roda de Samba", de Candeia, inclusive, que Arlindo começou sua carreira tocando cavaquinho, aos 17 anos, em 1975. Em 2017, Arlindo Cruz sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O episódio o deixou acamado, com dificuldades motoras e cognitivas, e o deixou impossibilitado de cantar e tocar. Desde então, ele passou por algumas internações.