Suplementos para longevidade: o mercado emergente do envelhecimento saudável
Falar em longevidade em 2025 é falar de transformação. O conceito de “envelhecer bem” saiu do posto de privilégio ou de uma aspiração distante para dar espaço a uma meta clara, respaldada pela ciência e impulsionada por um mercado em plena ascensão. A revolução da longevidade, que já vinha sendo anunciada por tendências demográficas e estudos de saúde preventiva, ganhou força com a consolidação de evidências sobre o papel dos suplementos nutricionais na promoção de um envelhecimento saudável e ativo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2030 o número de pessoas com 60 anos ou mais deve ultrapassar 1,4 bilhão no mundo, sendo mais que o dobro do registrado em 2000. O Brasil, por sua vez, já se prepara para ser um país majoritariamente idoso nas próximas décadas. Mas, mais do que viver mais, o desejo global agora é viver melhor. Não se trata apenas de combater doenças, mas de preservar a autonomia, a capacidade cognitiva, a mobilidade e a qualidade de vida em todas as fases da maturidade.
O que torna essa discussão ainda mais relevante é o aprofundamento da ciência sobre os marcos do envelhecimento. Um estudo recente publicado pela revista Nature Aging e divulgado pela BBC, aponta que o corpo humano passa por dois períodos críticos de transição: aos 44 e aos 60 anos. Nessas fases, há mudanças hormonais, metabólicas e inflamatórias profundas que impactam desde a força muscular até o desempenho cerebral. Com esse novo entendimento, a suplementação estratégica emerge como uma ferramenta personalizada e preventiva.
Entre os ativos que ganharam protagonismo nesse cenário está a creatina. Por muito tempo associada apenas ao universo esportivo, ela agora ocupa um espaço central nas discussões sobre saúde ao longo da vida. Diversos estudos já demonstraram que a creatina pode ir além da performance física, contribuindo também na atuação da saúde cerebral, oferecendo suporte à memória, ao raciocínio lógico e ao processamento mental, especialmente em populações acima dos 60 anos.
Além de sua ação neuroprotetora e antioxidante, a creatina tem um papel importante no combate à sarcopenia, a perda progressiva de massa muscular típica do envelhecimento. Ao promover o aumento da força e da massa magra, ela contribui para o equilíbrio corporal, a prevenção de quedas e o fortalecimento ósseo. A recomendação média para adultos mais velhos é de 3 a 5 gramas diárias, preferencialmente associada a uma rotina leve de atividade física e alimentação equilibrada.
Mas a creatina não está sozinha nesse processo. O envelhecimento saudável também se apoia em suplementos como o ômega-3, conhecido por sua ação anti-inflamatória e protetora do sistema cardiovascular e neurológico, as proteínas, que são essenciais para frear a perda muscular, e as vitaminas do complexo B, que desempenham papel-chave na saúde neurológica e no metabolismo energético. Já a vitamina D, por sua vez, se destaca na manutenção da densidade óssea e na prevenção de fraturas, e minerais como cálcio, ferro e zinco completam o arsenal de suporte à vitalidade e à imunidade.
É claro que suplementar não é sinônimo de saúde garantida. É preciso considerar a qualidade dos produtos, a procedência dos ingredientes, a transparência das marcas e, principalmente, a individualidade de cada organismo. A longevidade real exige uma abordagem integrada, que envolva nutrição, movimento, sono, suporte emocional e acompanhamento profissional.
O futuro da suplementação aponta para soluções cada vez mais personalizadas, baseadas em dados clínicos, exames laboratoriais e avanços na nutrição de precisão. A ciência já deu os primeiros passos. Agora, cabe a nós - profissionais, consumidores e indústria - construir um envelhecimento que seja, acima de tudo, ativo, lúcido e pleno. Porque viver mais, sim, é uma conquista, mas viver com autonomia, propósito e saúde é, de fato, o novo luxo da longevidade.
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