Sem consenso entre líderes, Motta adia votação do fim do foro privilegiado
Parlamentares fizeram obstrução na semana passada para que as matérias fossem ao plenário
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), frustrou a expectativa da oposição e não pautou, para esta semana, o fim do foro privilegiado ou a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
A decisão foi tomada durante reunião com os líderes nesta terça-feira.
Na semana passada, parlamentares da oposição promoveram uma obstrução em plenário para pressionar pela votação das duas matérias.
O líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), afirmou que a tendência é que o projeto sobre o foro privilegiado seja apreciado nas próximas semanas:
— Ele deve pautar quando tiver um maior consenso entre os líderes — disse.
Uma dúvida que imperou na reunião de líderes foi qual texto seria votado em relação ao foro. O que tramita atualmente não agrada todos, motivo que levou ao adiamento.
A pauta da semana não terá outros projetos esperados, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O acordo entre os líderes foi de que a pauta ficasse tranquila, em um intuito de pacificação.
Antes do encontro, o líder do PL, Sostenes Cavalcante reiterou que o acordo era que o fim do foro fosse discutido:
— O acordo foi pautar o fim do foro, aprovar nas duas Casas e, depois, pautar a anistia. Assim, a gente tira a corda do pescoço dos parlamentares — disse Sostenes.
No lugar dos temas defendidos pela oposição, Motta priorizou nesta semana a chamada “pauta da pacificação”: o debate sobre a adultização de crianças nas redes sociais, assunto que ganhou projeção nacional após a viralização de um vídeo do influenciador Felca.
A proposta do presidente da Câmara é realizar, nesta quarta-feira, uma comissão geral para discutir o tema.
A ideia é envolver sociedade civil, juristas e ativistas no debate. Projetos de lei sobre o assunto só devem ser votados após a apresentação de um parecer pelo grupo de trabalho a ser formado, o que pode levar até 30 dias.