Ministério Público diz que auditor preso atuava em conluio com "alta cúpula" da Fast Shop
Segundo os promotores, empresa recebeu auditoria tributária "criminosa"
O Ministério Público diz que através da análise de e-mails de Artur Gomes ficou constatado sua atuação em benefício da Fast Shop, "em conluio com inúmeros membros da alta cúpula da empresa, entre os quais o diretor estatutário Mário Otávio Gomes", diz o MP nos autos. Segundo os promotores, o auditor prestou verdadeira "assessoria tributária criminosa" à Fast Shop.
Os promotores constataram nos e-mails que o auditor orientava os diretores da empresa sobre quais documentos deveriam ser juntados no procedimento. Segundo o MP, o próprio auditor organizava e compilava os dados a serem enviados à secretaria de Fazenda.
"Além disso, Artur ainda atuava dentro da Fazenda Pública com o intuito de acelerar o deferimento dos créditos de ressarcimento de ICMS da gigante do varejo eletrônico.
Em troca de seus serviços, ARTUR recebe milhões de reais da Fast Shop por meio da empresa de sua mãe, a Smart Tax, que foi contratada pela Fast Shop para supostamente lhe prestar serviços tributários", diz o MP nos autos.
De acordo com o MP, Mário Otávio Gomes era um dos principais responsáveis pelas negociações criminosas com o auditor da Fazenda. O diretor estatutário negociou o contrato com a Smart Tax e apenas entre 2022 e 204 os promotores encontraram 200 mensagens trocadas entre ambos relacionadas aos serviços criminosos prestados por Artur.
Segundo o MP, Artur mantinha contato direto Mário Otavio Gomes, conforme se contatou em e-mail em que informa que a Fast Shop compensou mais de R$ 8.000.000,00 em tributos.
Além do diretor Mário Gomes, outros funcionários da Fast Shop são citados pelo MP. Entre eles, Caroline Camargo Godoy, coordenadora fiscal da companhia. Segundo o MP, ela também se reuniu com Artur e Mário. Ellen Franciane Pereira da Silva, analista fiscal, era uma das principais interlocutoras da empresa com o auditor tributário Artur, diz o MP.
Era ela quem enviava os arquivos de ressarcimento de ICMS da Fast Shop ao fiscal para revisão. Também são citados Juliana Gonzaga Ruzsicska, então gerente fiscal da Fast Shop e Felipe Signorelli Reis, coordenador fiscal da Fast Shop.
A Fast Shop informa que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, e está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes.