Linha de R$ 30 bi: saiba como crédito para empresas afetadas por tarifaço de Trump será usado
Governo vai divulgar MP com detalhes do financiamento nesta quarta
Uma das principais medidas do plano de socorro para empresas atingidas pelo tarifaço de Donald Trump é uma reformulação no Fundo de Garantia à Exportação (FGE), sobretudo para resolver a questão do financiamento às companhias.
O plano será divulgado nesta quarta-feira. Por meio do FGE, o governo irá liberar R$ 30 bilhões em crédito, como antecipou O GLOBO.
O fundo hoje garante o pagamento de dívidas de importadores estrangeiros para empresas brasileiras que vendem produtos ou serviços para o exterior. O Fundo também atua na oferta de seguro de crédito à exportação e de financiamentos.
A partir da medida provisória (MP) que será editada nesta quarta, o Fundo também terá a finalidade de:
Disponibilizar de linhas de financiamento a empresas exportadoras de bens e serviços, bem como seus fornecedores, especialmente os impactados pela imposição de tarifas adicionais sobre exportações brasileiras aos EUA.
A MP vai estabelecer que as linhas de crédito poderão consistir no financiamento para:
Capital de giro para produtos impactos pela imposição de tarifas adicionais sobre as exportações brasileiras aos EUA;
Investimento para adaptação da atividade produtiva de empresas impactadas pelas tarifas;
Investimentos que propiciem adensamento da cadeia produtiva visando à ampliação das exportações e abertura de novos mercados para os produtos e serviços brasileiros exportados; e
Investimento em inovação tecnológica ou adaptação de produtos, serviços e processos visando à ampliação das exportações e abertura de novos mercados para os produtos e serviços brasileiros exportados.
Outros fundos
Também estão no radar do governo recorrer a outros dois fundos: Fundo Garantidor de Operações de Comércio Exterior (FGCE), administrado pela Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), com mais R$ 1 bilhão para as primeiras perdas e Fundo de Garantia de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil, com mais R$ 1 bilhão. O foco nesses casos são pequenos e médios exportadores que poderão acessar os recursos para financiar capital de giro e investimentos, além da abertura de mercados alternativos aos Estados Unidos.
O FGO, por exemplo, poderá alavancar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões em empréstimos, segundo técnicos do governo envolvidos nas discussões.
Em vigor desde 06 de agosto, o tarifaço decretado pelo presidente americano, Donald Trump, implementa uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o total da tarifa para 50%.
Foram sobretaxados carne, café, frutas, pescados, calçados, têxteis, por exemplo. Ficaram de fora quase 700 setores, como aviões e peças fabricados pela Embraer, suco de laranja e segmentos da área de petróleo e energia.