denúncia

Líder do PL pretende repetir estratégia de Eduardo Bolsonaro e levar a embaixadas carta de denúncia

Deputado disse que deve entregar documento a autoridades estrangeiras sediadas em Brasília; o mesmo movimento foi feito pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro em Washington

Líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que pretende repetir a estratégia do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e levar até embaixadas estrangeiras sediadas em Brasília "uma carta de denúncia e repúdio sobre as graves violações de direitos humanos" no Brasil.

A estratégia foi anunciada pelo parlamentar em um post no X nesta quarta-feira, no qual também disse que o dossiê mostrará que tem sido criado no país "um perigoso precedente de exceção, que ameaça a integridade do processo democrático e as liberdades civis".

"O documento apresenta à comunidade internacional, de forma clara e fundamentada, casos concretos de prisões arbitrárias, censura institucional e perseguição política, que violam a Constituição e tratados internacionais de proteção aos direitos humanos dos quais o Brasil é signatário", disse o deputado.

A movimentação recebeu o apoio de Eduardo, que repostou a mensagem elogiando a postura do líder do PL. "Não teremos outra janela de oportunidade como a atual, Deus está nos abençoando com uma segunda chance e, ao final, sairemos do outro lado deste túnel escuro ainda mais fortes", disse.

A distribuição de um documento para autoridades americanas com críticas a ações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a estratégia escolhida por Eduardo e por seu aliado mais próximo nos EUA, o economista Paulo Figueiredo, para a articulação de sanções contra o magistrado. Em resposta, ambos conseguiram há duas semanas a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro.

Segundo informações da colunista Malu Gaspar, os dois pretendem repetir a rodada a partir desta quarta-feira e entregar um novo dossiê sobre a repercussão da aplicação das sanções contra Moraes. A intenção seria demonstrar que, mesmo que a medida não tenha impedido a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ela repercutiu no Supremo e no Congresso, motivando a obstrução dos trabalhos da Câmara e do Senado na semana passada.