RIO DE JANEIRO

"Não me entrego viva, só saio no caixão": quem era a Diaba Loira, traficante encontrada morta

Corpo de Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, foi encontrado enrolado num lençol com marcas de tiros; polícia investiga

Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos. Conhecida como "Diaba Loira", ela teria se envolvido com o Comando Vermelho - Reprodução

"Não me entrego viva, só saio no caixão". Essa foi uma das frases compartilhadas por Eweline Passos Rodrigues, a Diaba Loira, de 28 anos, encontrada morta na noite desta quinta-feira na Rua Cametá, em Cascadura, na Zona Norte do Rio. O corpo da mulher estava enrolado num lençol, com marcas de tiros na cabeça e no tórax e foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga a morte da mulher.

Quem era Diaba Loira?
Diaba Loira era procurada pelo Setor de Inteligência da Polícia Militar de Santa Catarina e Forças de Segurança do Rio de Janeiro. A criminosa era conhecida por ostentar, com orgulho, armamento pesado nas redes sociais, como fuzis e pistolas. De acordo com investigações, a mulher começou a se envolver com a criminalidade após sofrer do ex-companheiro uma tentativa de feminicídio, em 2022.

 

Apesar da fama, a traficante, natural de Santa Catarina (SC), não tem muito tempo no crime. Ela começou a se envolver com a criminalidade após sofrer do ex-companheiro uma tentativa de feminicídio, em 2022. Na ocasião, ela teve o pulmão perfurado e precisou passar por cirurgia. Após se recuperar dos ferimentos, e vindo para o Rio de Janeiro, se aliou à facção criminosa Comando Vermelho (CV), que comanda o tráfico de drogas na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, e ganhou os holofotes por publicar fotos com fuzis e ao ser flagrada transportando sete quilos de cocaína em 2023, mas voltou a ser comentada em junho deste ano, quando foi vista atirando em policiais militares durante uma operação na região. 

Em vídeos, a Diaba Loira já deixava claro que havia migrado de facção e contava que não temia ser executada por traficantes rivais por classificá-los como "despreparados".

"É para eu ter medo? Eu estava do lado de vocês esse tempo todinho, sei que vocês são despreparados. Então antes de falar que a 'equipe caos' vai te pegar, parem de querer ameaçar, está chato já. Quem faz não fala", disse Eweline Passos Rodrigues, em um dos vídeos no Instagram.

Do CV para o TCP
Segundo informações, ela rompeu com o Comando Vermelho (CV) e declarou aliança ao Terceiro Comando Puro (TCP), se tornando alvo de ameaças no submundo do tráfico do Rio de Janeiro. Eweline confirmou a troca de facção por meio de publicações em seu perfil nas redes sociais, onde passou a compartilhar conteúdo ligado à Tropa do Coelhão, liderado pelo traficante William Yvens Silva, grupo ligado ao TCP no Complexo da Serrinha, em Madureira, Zona Norte do Rio, cujo chefe do tráfico é um dos criminosos mais procurado do Rio, Wallace Brito Trindade, o Lacosta.

Ela também apagou postagens com referências à antiga facção. Cabe ressaltar, que existem informações que ela teria fugido para Bahia, porém, não há confirmações sobre essa fuga para aquele estado. 

Contra ele constam pelo menos três mandados de prisão em aberto, sendo dois expedidos por Tribunais de Justiça de Santa Catarina, por envolvimento com o tráfico e por organização criminosa, sendo um pela Primeira Vara Criminal da Comarca de Tubarão e outro pela Vara Única da Comarca de Armazém, Espécie de prisão: definitiva decorrente de condenação transitada em julgado, Pena restante: cinco anos e 10 meses, em regime fechado e violação de medidas judiciais, por romper com o monitoramento eletrônico.