Relações Internacionais

'Qual o risco de uma criança de 10 anos?', questiona Padilha após visto de criança ser cancelado

Governo Trump já havia revogado documento de outros dois funcionários brasileiros que atuaram no programa Mais Médicos

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha - Tânia Rego/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), criticou a decisão do governo dos EUA de Donald Trump de revogar os vistos da mulher da filha.

Ele disse estar "indignado" com o que chamou de "atitude covarde" das autoridades americanas, por fazer tal medida com uma criança de dez anos.

— As pessoas que fazem isso, e o clã Bolsonaro, que orquestra isso, têm que explicar. Não para mim, não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro qual o risco de uma criança de dez anos de idade pode ter para o governo americano? Estou absolutamente indignado com essa atitude covarde — disse Padilha em entrevista a GloboNews.

A filha e a mulher de Padilha estão no Brasil e foram informadas sobre a suspensão por um e-mail pelo Consulado Geral dos EUA nesta sexta-feira. O ministro está com o documento vencido desde 2024 e não foi alvo da medida.

Nas últimas semanas, o ministro elevou as críticas a Trump. Em entrevista ao GLOBO no último dia 2, afirmou que vê "os arroubos de Trump" como uma oportunidade para o Brasil expandir as parcerias com outros países. O cancelamento dos vistos foi antecipado pelo portal g1.

Na quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram a revogação do visto de funcionários brasileiros que atuaram no programa Mais Médicos.

De acordo com o Departamento de Estado Americano, sofreram as sanções Mozart Julio Tabosa Sales, Alberto Kleiman e seus familiares. Mozart e Kleiman trabalharam no Ministério da Saúde durante o programa Mais Médicos e participaram do planejamento e da implementação do programa no Brasil.

A ministra de Relações Institucionais do governo, Gleisi Hoffmann, foi ao X criticar a suspensão de visto da família de Padilha, a qual chamou de "covardia":

"Punir uma criança, a família do ministro Padilha, como fez o governo Trump provocado por Bolsonaro, é muita covardia. É assim que agem a extrema-direita e seus cúmplices. Mas o Brasil se orgulha do ministro que fez o Mais Médicos e de toda sua equipe. Salvaram vidas, ao contrário do que Bolsonaro fez na pandemia".