Brasília

Zema põe o bloco na rua sem apoio de Bolsonaro

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, foi o segundo a lançar sua pré-candidatura à Presidência da República, dois meses depois de Ronaldo Caiado

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dentre os novos nomes da direita, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi o segundo a lançar sua pré-candidatura à Presidência da República. Decidiu assumir sábado passado, dois meses depois de o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), num ato na Bahia, dar o start da sua postulação. A cerimônia ocorreu em São Paulo e reuniu correligionários e nomes ligados ao bolsonarismo.

Ambos botaram o bloco na rua atirando em Lula e no PT. “Estamos vacinados contra a receita fracassada da esquerda. O caminho da prosperidade nós já conhecemos, é apoiar a livre iniciativa e reduzir o Estado. Se foi possível fazer em Minas, é possível fazer no Brasil”, disse. Zema subiu ao palco ao som de “Que País é Este”, amplamente aplaudido. “Vamos acertar as contas com o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas”, disparou.

Em seu discurso, Zema contou sua história como empresário bem-sucedido e disse que foi um homem “sem padrinho e sem privilégio”. Ele criticou o PT, mirou no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), exaltou valores como o liberalismo e livre iniciativa, e falou de suas ações no governo de Minas Gerais em relação à educação, segurança pública, merenda escolar, contas públicas e infraestrutura.

“Até os 53 anos, a minha vida foi empreender e eu sempre tomei até aversão à política, mas aí veio a crise da Dilma, tive que reduzir o quadro da empresa e aquilo me fez ficar indignado, e em Minas foi pior ainda com o governo Pimentel. E foi neste momento que veio o convite do partido Novo", relembrou. Em meio a um cenário com vários nomes na direita que podem concorrer ao governo federal, Zema não descartou “ajustes ao longo da campanha”.

Indagado em uma coletiva se pode desistir da candidatura caso haja pedido neste sentido de Bolsonaro, Zema disse que tudo depende de “conversas entre os partidos”, mas defendeu que vários políticos concorram e se unam no segundo turno. Esta tese, no entanto, fragiliza a oposição, que só ganha envergadura se enfrentar Lula unida e, mais do que isso, com apoio do ex-presidente Bolsonaro, a maior liderança no campo da direita, segundo apontam todas as pesquisas.