MÚSICA

Supercombo assume ''som mais colorido'' em "Caranguejo (Parte 1)", novo disco da banda

O grupo compartilhou detalhes do processo do álbum, sonoridade e da fase atual

Supercombo é formada por Leo Ramos, Carol Navarro, Paulo Vaz e André Dea - Renato Peres/Divulgação

Ao ouvir a primeira parte do novo álbum da Supercombo, "Caranguejo", você conclui dois pontos: o disco soa como a banda, mas é um projeto sem precedentes. Lançado na última sexta-feira (15), dividido em duas partes, a coletânea reúne sete músicas que incorporam a identidade do quarteto com um rock cada vez mais colorido - e bem produzido.

Caranguejo?
O primeiro trunfo está na motivação do nome. "Caranguejo é duro por fora e mole por dentro…uma cara meio estranha, que vai para um lado e depois para o outro", foi como Rafael Ramos, produtor da banda de Vitória, ou "patrão", como brincou o vocalista Leo Ramos, descreveu o grupo. A definição combinou com a Supercombo porque eles também são capazes de surpreender o ouvinte dessa forma.

O sétimo álbum do grupo começa com o rock "A Transmissão", soando como se tivesse saído do primeiro disco ("Festa?") e deixando um recado no final: "o importante é sentir, conseguir captar e seguir". O trecho serve como um convite ao ouvinte que precisa "ouvir, absorver e curtir a onda do caranguejo", conforme compartilhou Leo Ramos.

Em seguida, ouvimos a música mais diferente de "Caranguejo", "Piseiro Black Sabbath", unindo os riffs de guitarra com as "pisadinhas". Dentre as inéditas, a canção foi lançada como clipe antes do disco completo, o que gerou um divisão de opiniões entre os fãs da banda. De acordo com o grupo, o público ficou preocupado se o disco seria de arrocha - adianto que não é.

Confira o clipe de "Piseiro Black Sabbath": 

Flerte antigo
A sonoridade da Supercombo é marcada por um rock que flerta com o pop, principalmente com referências da cultura pop, mas também combina o gênero com ritmos brasileiros. Essas características acompanham a banda desde "Amianto" (2014) - na mesma época da participação do grupo no reality show "Superstar", da TV Globo.

Esse equilíbrio também pode ser encontrado nas composições mais "contraditórias" da banda, a exemplo da terceira canção de "Caranguejo". Alinhada com as referências do metal moderno presentes no álbum, "Hoje Eu Tô Zen" é uma das músicas mais pesadas do novo trabalho, com o vocalista gritando o refrão-título. Irônico, né?

Suave
O novo disco reserva três momentos de respiro com músicas mais pop, como na balada "Testa" (futuro clipe da banda), ou na romântica "Nossas Pitangas". A canção em homenagem a filha de Leo Ramos, a emocionante "Alento" é uma das mais bonitas do álbum, que termina com a faixa "Alfaiate", repleta de metáforas.

"Caranguejo" é apontado pela banda como o álbum mais produzido da Supercombo até agora, "menos cru e mais refinado". O integrantes explicam o motivo de terem dividido o material em duas partes.

"Você consegue preparar o público para o que vai vir depois e, se você pensar no calendário, esse disco vai ser tanto um disco de 2025 quanto um disco de 2026. "Caranguejo" vai ser o disco do ano para a gente por todo esse período. Então, foi a melhor escolha’’, expressou Leo.    

Desde "Remédios" (2023), o quarteto formado por Leo Ramos, Carol Navarro, Paulo Vaz e André Dea vem retomando o protagonismo. Nos últimos trabalhos, o grupo fez aparições nas capas e nos clipes, além de introduzir uma fase mais colorida da banda. Em "Caranguejo", o quarteto completa o animal, de forma similar à formação do Exodia do anime "Yu-Gi-Oh!".

"O nosso som está mais colorido por ser mais diverso e ter mais elementos", começou Leo. "Eu fiz os meninos entrarem nessa ‘brisa’ da gente usar mais coisas coloridas, não ficar usando só preto, banda roqueira não precisa usar só preto", completou a baixista Carol.

"A gente sentiu vontade de aparecer de novo assim e resolvemos ser os Power Rangers da vez", finalizou o baterista André Dea.

Confira "Caranguejo (Parte 1)":