Nova técnica é usada para elevar mamas flácidas sem cortes
Método já utilizado em outros procedimentos estéticos utiliza plasma de argônio para estimular a retração da pele
Uma nova técnica utilizando o argoplasma ou plasma de argônio permite elevar mamas com flacidez pequena e moderada reduzindo cortes e propiciando uma cirurgia menos invasiva e com menores riscos. O método já é utilizado em procedimentos estéticos, notadamente durante ou após a cirurgia de lipoaspiração, mas também em cirurgias nos braços e pernas, por exemplo.
— A grande inovação é o uso da tecnologia em mamas, trazendo a possibilidade de um procedimento menos invasivo e com menos riscos para a paciente — diz o professor e cirurgião plástico, Ricardo Cavalcanti, presidente do Instituto Carlos Chagas, que irá apresentar a técnica em uma palestra no 2º Congresso Latino-Americano de Encontro em Estética (LATAAM), um dos mais importantes eventos da cirurgia plástica estética mundial.
O argoplasma é uma técnica de coagulação tecidual que utiliza plasma de argônio para tratar lesões e excesso de pele com precisão, minimizando danos aos tecidos adjacentes e acelerando a recuperação. Esse método é empregado para estimular a retração da pele, levando-a a se reestruturar de acordo com o novo contorno do corpo e fixar-se na parede muscular.
— Esses aparelhos foram criados com o objetivo de fazer retração na pele. Eles se popularizaram para cirurgias do abdômen. Por exemplo, após uma lipo, o paciente fica com uma pequena flacidez. Então usamos esse aparelho depois da cirurgia para retrair a pele — explica, Cavalcanti.
O médico conta que há dois anos começou a usar o argoplasma para procedimentos de mama. Ao longo desse período, foram cerca de 20 casos com a técnica.
— Comecei a observar que os resultados são bons quando você tem indicação de pequenas quedas. É possível fazer um grau de retração, diminuir as cicatrizes na cirurgia, e muitas vezes até eliminá-las.
O procedimento objetiva produzir retração de pele, em casos de flacidez leve a moderada. A tecnologia gera energia através de plasma com gás de argônio. Sob anestesia, são realizadas tunelizações (criação de túneis com uma agulha estéril) no nível subcutâneo da mama, de maneira perpendicular, sem atingir a glândula. Após esta manobra, é introduzida uma cânula e o plasma é disparado com tempo médio de 2 a 3 minutos, em cada mama, nas áreas que se deseja retração.
Durante a cirurgia, o médico controla a intensidade e a profundidade da coagulação, garantindo que apenas o tecido desejado seja afetado. O plasma também eleva a temperatura da região considerada alvo, de modo a causar a contração dos tecidos e estimular a síntese de colágeno e elastina.
A principal vantagem é sua precisão na coagulação, o que reduz o risco de sangramentos e promove uma recuperação mais rápida. O procedimento é considerado seguro e eficaz, com uma recuperação relativamente rápida, permitindo que as pacientes retomem suas atividades normais em um curto período.
Contudo, a indicação dessa técnica deve ser feita por um profissional qualificado, que avaliará a necessidade e a adequação do uso do argoplasma no tratamento específico.
Alguns casos em que o uso do argoplasma para tratar flacidez das mamas é bem-sucedido, segundo Cavalcanti é em pacientes que decidem reduzir a prótese de mama ou ainda em pacientes que já tem uma incisão e que querem corrigir uma flacidez nas mamas causada por oscilações de peso. Pela técnica tradicional, haveria uma cicatriz maior que a anterior. Ao usar o argoplasma, é possível evitar que isso aconteça.
O procedimento é minimamente invasivo, mas é realizado em centro cirúrgico e requer cuidados, pois o argônio apresenta risco moderado à saúde, inflamabilidade e reatividade.