MP denuncia prefeito afastado de São Bernardo por organização criminosa e lavagem de dinheiro
Esquema envolvia obtenção de contratos públicos e desvio de recursos por meio de empresas ligadas formalmente à prefeitura e à Fundação ABC. Outros nove foram denunciados
A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo denunciou nesta segunda-feira (18) o prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima, por organização criminosa e lavagem de dinheiro em um esquema de desvio de dinheiro público no município.
O esquema, segundo a denúncia, funcionava desde 2022 e se mantinha com a obtenção de contratos públicos e o desvio de recursos por meio de empresas ligadas formalmente à prefeitura e à Fundação ABC.
Outros nove envolvidos no caso, entre vereadores, secretários, servidores e empresários, foram denunciados. Eles são acusados de integrar uma organização criminosa que lavava dinheiro por contratos da Prefeitura de São Bernardo do Campo.
Entre os denunciados, estão o vereador Danilo Lima Ramos, afastado da presidência da Câmara Municipal da cidade e primo do prefeito, o suplente de vereador afastado, Ary José de Oliveira, e Paulo Iran, funcionário exonerado da Alesp apontado como operador financeiro do esquema.
Além da condenação dos denunciados pela prática de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, o Ministério Público de São Paulo pede também ao Tribunal de Justiça a decretação da perda dos cargos públicos em definitivo.
A Promotoria requereu ainda a fixação do valor de R$ 16,9 milhões para a reparação dos danos causados à Fazenda Pública de São Bernardo do Campo.
Contratos públicos de diversas áreas, como saúde e limpeza, eram fraudados. Segundo o MP, a análise de documentos físicos, aparelhos celulares, computador e anotações manuscritas apreendidos em julho com Paulo Iran, que tinha mais de R$ 12 milhões em um ‘bunker’ em sua casa, trouxe à tona informações cruciais. A rede fazia uso de linguagem codificada e telefones “clandestinos” nas comunicações entre os envolvidos.
Se condenados, os denunciados estão sujeitos a penas que variam de três a oito anos, mais multas para organização criminosa e lavagem de capitais.