Opinião

Pernambuco acima de ideologias

A política, para mim, sempre foi a arte da ingratidão. O voto, por sua vez, carrega uma ilusão ainda maior do que a do amor: seduz, promete, mas muitas vezes não cumpre. Em Pernambuco, essa realidade tem se mostrado de forma clara e preocupante. Não consigo compreender como uma Assembleia Legislativa, eleita pelo povo, pode se colocar contra a governadora Raquel Lyra, que, ao contrário de tantos que a antecederam, mostra-se autêntica, firme e verdadeiramente preocupada em fazer o bem ao Estado.

Raquel não é demagógica, não se perde em discursos fáceis nem em promessas que não se sustentam. Ela se posiciona onde acredita estar segura, com coragem e verdade. Quando a conheci, no meu consultório em Afogados  da Ingazeira, percebi de imediato sua capacidade de governar sem máscaras, movida pelo propósito maior de cuidar das pessoas, sobretudo das mais pobres de Pernambuco.

Por isso, lamento profundamente ver parte da Assembleia se levantar contra ela. Não por divergências legítimas, mas para tentar manchar sua imagem por causa de uma eleição que sequer chegou. O que está em jogo não é o presente do Estado, mas o poder futuro, numa disputa entre duas forças: a da governadora, que busca abrir novos caminhos, e a herança política que vem desde Miguel Arraes, do qual sou um profundo admirador, transformada em capitania hereditária, que insiste em se perpetuar no comando.

Como ex-deputado estadual, sinto a responsabilidade de dizer: é preciso romper esse ciclo. O poder não pode ser propriedade de famílias ou grupos, mas precisa ser devolvido ao povo e às novas gerações que clamam por oportunidade. O futuro de Pernambuco exige coragem para superar a ingratidão política e abrir espaço para um tempo de autenticidade, justiça e compromisso verdadeiro com o bem comum.

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