Walmart diz que tarifas estão elevando seus preços nos EUA e fazem "custos aumentarem a cada semana"
Maior varejista do mundo diz que reduziu margem de lucro para evitar ao máximo repasses para os consumidores
O gigante varejista americano Walmart já está sentindo pressões constantes de custos por causa do tarifaço de Donald Trump e reabastece as prateleiras de vários produtos com preços mais altos, uma pressão que está começando a moldar o comportamento do consumidor. O CEO do Walmart, Doug McMillon, disse hoje que vê os "custos aumentarem a cada semana" por causa das tarifas.
Segundo o Financial Times, o executivo chefe da maior varejista do mundo afirmou em teleconferência sobre o resultado do segundo trimestre que as tarifas já estão atingindo muito mais produtos importados do que há alguns meses.
"Continuamos vendo nossos custos aumentarem a cada semana, o que projetamos que continuará acontecendo no terceiro e no quarto trimestres", disse o CEO Doug McMillon na teleconferência.
Mesmo com as pressões de custos adicionais, o Walmart relatou um crescimento de vendas de 1,5% em relação ao ano passado. Porém, o lucro ajustado por ação de US$ 0,68 ficou abaixo das expectativas dos analistas, de US$ 0,74 por ação. As margens de lucro da empresa diminuíram e os custos de estoque aumentaram. Com o resultado, as ações da empresa caíram ontem 4,5% em Nova York.
Na teleconferência, o diretor Financeiro da Walmart, John David Rainey, disse que a varejista teve margens de lucro menores do que o esperado no segundo trimestre porque tentou evitar ao máximo passar os custos integrais das tarifas para os preços nas lojas.
Ele acrescentou que o peso dos aumentos de preços por causa das tarifas é gradual, mas está mudando o comportamento dos consumidores.
- Não é de surpreender que vejamos mais ajustes no consumo de famílias de renda média e baixa do que em famílias de renda mais alta e categorias discricionárias. Como sempre, nossos clientes são conscientes, inteligentes e conscientes em relação a valores - disse McMillon.
Em maio, dias depois de Trump anunciar o tarifaço sobre importações de parceiros comerciais americanos, o CEO da Walmart já tinha alertado que as tarifas eram muito altas e forçariam a varejista a aumentar os preços aos consumidores.
Trump respondeu "exigindo" que a varejista absorvesse os custos: "coma as tarifas", disse na época o presidente americano em sua rede social. A Walmart disse que prosseguiria com seu esforço contínuo de manter preços atraentes para os seus clientes.
- Em relação às nossas decisões de preços nos EUA, dadas as pressões de custos relacionadas às tarifas, estamos fazendo o que prometemos. Estamos mantendo nossos preços os mais baixos possíveis, pelo maior tempo possível - disse ontem o diretor Financeiro.