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Usina Central Mata Sul: parceria com resultados

Indústria pernambucana fortalece agricultura familiar, movimenta a economia local e se consolida como referência em práticas ambientais, sociais e industriais no setor sucroenergético

Usina Central Mata Sul: parceria com resultados - Divulgação

A retomada da atividade industrial da Usina Central Mata Sul, localizada no Cabo de Santo Agostinho, Zona da Mata de Pernambuco, tem provocado uma transformação concreta na realidade econômica, social e ambiental da região. Instalado em um território historicamente marcado pela cultura da cana-de-açúcar, o empreendimento resgatou não apenas a cadeia produtiva local, como também o ânimo de centenas de pequenos fornecedores que, durante anos, enfrentaram dificuldades com a estagnação do setor.

Segundo o CEO da empresa, Carlos Almeida, a Mata Sul é um caso singular na indústria sucroalcooleira. A usina não possui plantação própria de cana: ela atua exclusivamente como indústria, adquirindo 100% da matéria-prima de fornecedores locais, muitos deles pequenos produtores e agricultores familiares.

A empresa opera hoje no parque industrial que pertenceu à antiga Usina Bom Jesus, arrendado pela Central Mata Sul. Desde o início da nova gestão, foram feitos diversos investimentos em modernização, com foco no aumento da capacidade operacional e no desempenho industrial. “A Mata Sul nasceu da necessidade de reativar a cadeia da cana e de valorizar quem produz. Fizemos adaptações estruturais importantes para criar uma indústria moderna, eficiente e, sobretudo, flexível”, afirmou Almeida.

CEO da Usina Central Mata Sul, Carlos Almeida | Foto: Divulgação

Agricultura familiar 
Com uma política de aproximação e estímulo à agricultura familiar, a usina mantém parceria com mais de 800 pequenos fornecedores, muitos deles provenientes de assentamentos rurais. A empresa oferece apoio técnico, infraestrutura e fornecimento de insumos como adubos, herbicidas e maquinário, além de realizar o controle do corte da cana e garantir o escoamento da produção.

Grande parte dessa cana vai para a produção de cachaça, um dos produtos estratégicos da empresa, com crescente demanda no Brasil e no exterior. “Tem fornecedor que entrega apenas um caminhão de cana por safra. Mesmo assim, está no nosso radar. É uma engrenagem comunitária que queremos fortalecer cada vez mais”, disse Almeida.

O resultado dessa política é visível nos números: de uma moagem inicial de 85 mil toneladas de cana de pequenos produtores, a empresa saltou para 135 mil toneladas e, nesta safra, a meta é chegar a 150 mil toneladas. No total, a produção da usina saltou de 230 mil para cerca de 430 mil toneladas de cana, em apenas quatro anos.

José Cícero Alves, representante do Engenho Tapugi, no Cabo de Santo Agostinho, estima entregar 500 toneladas de cana-de-açúcar nesta safra. Ele destacou a importância da retomada da Usina Central Mata Sul para os pequenos produtores da região.

“Estou satisfeito desde a volta da usina. A reativação foi um verdadeiro socorro para nós, fornecedores de cana, especialmente por ser a unidade mais próxima e que tem nos atendido da melhor forma possível”, afirmou.

O agricultor também ressaltou o apoio da usina à produtividade dos agricultores. Segundo ele, a usina tem contribuído com serviços essenciais, como o envio de trator para preparo do solo. “Esse tipo de ajuda é fundamental. Muitos agricultores já estavam desanimados, e a Mata Sul trouxe de volta a esperança para quem planta cana-de-açúcar na nossa região.”

Movimentação
A operação da usina tem impacto direto na economia local. Apenas na última safra, foram cerca de R$ 30 milhões injetados na região, exclusivamente por meio da compra de cana dos pequenos produtores. Esse recurso circula nas comunidades, movimentando o comércio, fortalecendo a agricultura e garantindo renda para centenas de famílias.

“É sobre fazer diferente. Gerar valor de forma compartilhada. Crescer com responsabilidade e promover desenvolvimento regional real. Nosso foco é seguir nesse caminho, com mais eficiência, inovação e impacto positivo”, finalizou Carlos Almeida.

Pablo Henrique dos Santos, fornecedor do Engenho Ipiranga, também no Cabo de Santo Agostinho, prevê uma entrega de cerca de 400 toneladas de cana nesta safra. Ele demonstrou gratidão ao falar sobre o papel da Usina Central Mata Sul. “O que eu tenho a dizer é só agradecimento. A usina tem nos dado apoio, assistência e, principalmente, renovado a esperança de continuar na atividade. Que ela tenha uma safra longa, com muitos anos pela frente, para que possamos seguir trabalhando”, disse.

Pablo destacou ainda que a retomada da usina foi especialmente importante para os fornecedores mais jovens, que enfrentam maiores dificuldades no início da produção. “A Central Mata Sul reacendeu a vontade de progredir. E por isso, só temos a agradecer.”

Diferencial
A usina se destaca por ser uma indústria 100% flex, ou seja, tem a capacidade de direcionar toda a sua produção para qualquer um dos três produtos principais do setor: açúcar, etanol e cachaça. Essa flexibilidade garante uma resposta rápida às variações do mercado e torna o negócio mais resiliente frente às oscilações econômicas e climáticas.

Segundo o CEO, esse modelo é único em Pernambuco - e possivelmente sem paralelo em todo o Brasil. “Conseguimos operar de forma estratégica, com foco no que o mercado demanda, sem abrir mão dos nossos princípios de gestão”, destacou. Entre esses princípios, estão três pilares fundamentais: Zero Acidentes, Zero Quebra e Zero Defeitos.

“Esse tripé nos guia diariamente. A segurança das pessoas, a continuidade da operação e a qualidade do produto são valores inegociáveis para nós”, afirmou.

Compromisso
Outro diferencial da Central Mata Sul é o seu compromisso com a sustentabilidade ambiental. A usina é autossuficiente em energia elétrica, utilizando o bagaço da cana como biomassa para abastecer todo o parque industrial. Além disso, produz biocombustíveis, aproveitando resíduos da produção para gerar energia limpa.

A empresa adota uma série de práticas ambientais preventivas e corretivas, com atenção às emissões atmosféricas, efluentes e resíduos sólidos, e realiza monitoramento contínuo do desempenho ambiental. Também investe na formação dos colaboradores em práticas ambientalmente adequadas, com foco na melhoria contínua.

“Nós somos uma usina industrialmente eficiente, socialmente comprometida e ambientalmente responsável. Essa é a nossa identidade”, pontuou o CEO.