"Mayo" Zambada, cofundador do cartel de Sinaloa, se declara culpado de tráfico de drogas nos EUA
Ele é alvo de 17 acusações, incluindo a de dirigir uma empresa criminosa em andamento e importar milhares de quilos de cocaína e outros narcóticos para os EUA
Ismael "Mayo" Zambada, cofundador do poderoso cartel de Sinaloa na década de 1980, declarou-se culpado de tráfico de drogas perante um tribunal de Nova York nesta segunda-feira (25), o que evita que vá a julgamento, embora seus crimes sejam puníveis com prisão perpétua, condenação que teve seu ex-sócio Joaquín "Chapo" Guzmán.
"Culpado", disse Zambada em espanhol, com a voz quase inaudível, sobre as acusações de empresa criminosa continuada e atividades de crime organizado dentro de um grupo criminoso, pelas quais se desculpou após reconhecer que "promoveu a corrupção da polícia, de comandos militares e políticos" no México.
Ele também terá que pagar uma multa de 15 bilhões de dólares (R$ 81,2 bilhões). Sua sentença será anunciada em 13 de janeiro de 2026.
Zambada, um mexicano de 77 anos, a quem a Justiça americana acusa de ter sido um dos "traficantes de drogas mais prolíficos e poderosos do mundo", foi preso em 25 de julho de 2024, em solo americano, após chegar, segundo seu relato, emboscado por um filho de Chapo, Joaquín Guzmán López.
Ele é alvo de 17 acusações, incluindo a de dirigir uma empresa criminosa em andamento e importar milhares de quilos de cocaína e outros narcóticos, como fentanil, metanfetaminas, heroína e maconha, para os Estados Unidos.
Também é acusado de lavagem de dinheiro, crimes com armas de fogo e atos violentos ligados ao cartel entre 1989 e janeiro de 2024.
O acordo firmado com a Promotoria de Nova York, que assumiu e unificou outro caso aberto em um tribunal do Texas, prevê que Zambada se declare culpado das principais acusações: empresa criminosa em andamento e "conspiração RICO", um delito que pune os acordos para a prática do crime organizado dentro de um grupo criminoso, segundo uma carta do promotor-chefe do Tribunal Federal do Distrito Leste, Joseph Nocella.
Zambada compareceu perante o juiz Brian Cogan para se declarar culpado às 12h00 (13h00 no horário de Brasília) no tribunal do Brooklyn.
A Promotoria anunciou, no início de agosto, que desistiu de pedir a pena de morte nesse caso, apesar de Zambada não estar amparado por um acordo de extradição com o México, que exclui a pena capital.
"Esta resolução marca a conclusão de um dos últimos grandes processos contra os líderes do Cartel de Sinaloa nos Estados Unidos", afirmou o promotor em sua carta.