PF sugere a Moraes monitoramento 24h por dia dentro da casa de Bolsonaro
Ministro do STF havia determinado que reforço na segurança fosse feito pela Polícia Penal do Distrito Federal
A Polícia Federal sugeriu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que uma equipe de agentes seja mantida em tempo integral dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para garantir a eficácia da prisão domiciliar. No ofício, a corporação alerta que o monitoramento eletrônico por tornozeleira não é suficiente para impedir uma.
Após receber o documento, Moraes encaminhou o pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR), para que se manifeste sobre a proposta de reforço na vigilância eventual fuga.
A manifestação da PF ocorreu após Moraes determinar, mais cedo nesta terça-feira, que a Polícia Penal do Distrito Federal realize um "monitoramento em tempo integral" das medidas cautelares que foram impostas a Bolsonaro. Moraes ainda ordenou o "destacamento de equipes para monitoramento em tempo real do endereço residencial do réu".
Segundo a PF, o equipamento depende de sinal de telefonia e pode sofrer falhas ou até interferências deliberadas, o que permitiria que Bolsonaro tivesse tempo hábil para deixar o local. O documento afirma que, embora seja possível destacar equipes de prontidão para acompanhar o monitoramento, essa modalidade só funciona partindo-se da premissa de que o custodiado não tenha intenção de fugir.
Assinado pelo diretor-geral Andrei Rodrigues, o ofício lembra que a vigilância efetiva exigiria também fiscalização de veículos e vizinhos no condomínio, medida considerada de difícil execução e potencialmente constrangedora. Como alternativa, cita o precedente do caso do juiz Nicolau dos Santos Neto, em que uma equipe permaneceu 24 horas dentro da residência do custodiado.
A PF informou ainda que já iniciou tratativas com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) para que a Polícia Penal Federal atue em conjunto, caso o STF determine o aumento da segurança.