Educação

Jornada Bett Nordeste aborda os perigos da inteligência artificial dentro do ambiente escolar

Com mediação de Thalis Araújo, da Folha de Pernambuco, o painel "Educar para a Complexidade" debateu sobre a importância do pensamento crítico e ética digital em sala de aula

Jornada Bett Nordeste convidou Carla Alexandre, gestora de soluções educacionais da Cesar School, e Iran Pontes, professor e fundador do Hub Design Culture para painel - Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Educar para a complexidade. Esta foi uma das temáticas discutidas durante um dos painéis da Jornada Bett Nordeste, que aconteceu na tarde desta quinta-feira (28), no Recife Expo Center, no Bairro de São José, no Centro da Cidade.

Com a mediação de Thalis Araújo, repórter da Folha de Pernambuco, o momento contou com a presença de Carla Alexandre, gestora de soluções educacionais da Cesar School, e Iran Pontes, professor e fundador do Hub Design Culture, para discutir os riscos da desinformação e o uso consciente da Inteligência Artificial (IA).

Promovido em parceria com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE), a Jornada Bett Nordeste teve início na manhã de quarta-feira (27), com o tema central “uma nova aprendizagem para construir futuros regenerativos” e quatro eixos temáticos, os 4 C’s da Jornada: Convivência, Consciência, Cuidado e Criação. A programação vai até às 17h desta quinta-feira.

Thalis Araújo, repórter da Folha de Pernambuco, foi o mediador do painel realizado na Jornada Bett Nordeste, que aconteceu na tarde desta quinta-feira (28), no Recife Expo Center, no bairro de São José | Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

A palestra mediada por Thalis Araújo fez parte do eixo Consciência, que trata das temáticas de como lidar com o excesso de informações e a importância do pensamento crítico e da ética digital.

Para o repórter, que compõe a editoria de Cotidiano da Folha de Pernambuco, “participar da Jornada Bett Nordeste me proporcionou tirar a experiência da rua e trazer para cá, principalmente falando sobre inteligência artificial.”

“A gente lida com pessoas que relatam sobre golpes, sobre problemas que sofrem com o uso indevido da tecnologia. Então a gente trouxe isso falando sobre a complexidade para a plateia de professores e a gente pode responder e representar a Folha de Pernambuco e responder como que a essas pessoas aprendem na sala de aula, como lidar e como despertar esse senso crítico para usar de forma correta a inteligência artificial, prezando pela boa informação, prezando pelo que realmente acontece a fim de evitar fake news, golpes e violência no ambiente virtual.”

O painel da Jornada Bett Nordeste ainda abordou a desinformação e as fake news dentro do ambiente escolar | Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Durante o painel, os convidados discutiram os impactos da pandemia na educação, com as aulas de ensino a distância e as novas metodologias utilizadas durante o período.

De acordo com Carla Alexandre, “a educação é uma das áreas que vem mais sendo impactadas pelas mudanças.”

Desinformação
Outra temática debatida foi a rapidez com que as notícias falsas, as chamadas fake news, se espalham. De acordo com os palestrantes, a abordagem do assunto no âmbito escolar é fundamental para diminuir a disseminação das fake news.

“Se o meu aluno não sabe o que é fake news e não for debatido em sala de aula, ele não vai conseguir distinguir isso no seu dia a dia”, explicou Iran Pontes.

Além disso, foram citados os perigos das inteligências artificiais, como as Deep Fakes e os golpes digitais que vêm gerando cada vez mais vítimas no Brasil.

Iran Pontes traz os perigos vivenciados na internet para a prática do dia a dia em sala de aula | Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Em sala de aula, o professor Iran Pontes costuma abordar com os seus alunos por meio de seminários e projetos voltados para a temática dos golpes dentro do ambiente online.

“Um dos temas abordados foi justamente este olhar para como identificar golpes no ambiente digital, as deep fakes que também são muito utilizadas para aplicar golpes. Em sala de aula, geralmente, eu faço um trabalho com os alunos do desenvolvimento do pensamento que político voltado para o digital. Então, eles fazem pesquisas sobre tipos de golpes para que se preparem diante de um eventual possibilidade de cair neles.”

Iran também citou a necessidade de ensinar os estudantes que nasceram em um ambiente hiperconectado. “Falamos sobre a educação em um ambiente super conectada e super digital, que também é necessária, porque nós estamos em um século em constante transformação”, disse. 

A gestora de soluções educacionais da Cesar School ainda foi categórica ao dizer que “a inteligência artificial não é nada inteligente”. Ela explica que são os seres humanos que alimentam as ferramentas e devem desenvolver as suas habilidades antes de utilizar as IAs.

“Antes de aprender sobre a inteligência artificial, é preciso desenvolver a inteligência humana”, afirmou.

Para concluir a palestra, os convidados deram conselhos para outros professores. Em sua fala, Iran Pontes pediu para os colegas serem pessoas mais curiosas e incentivar os alunos a desenvolverem novos conhecimentos.

Já Carla Alexandre disse que uma opção para os profissionais da educação que buscam evoluir é conhecer novas ferramentas de trabalho, como o Power BI, que é uma ferramenta de análise de dados desenvolvida pela Microsoft.