Despesas com pessoal do governo federal sobem 11% em 2026 com reajustes e concursos
Orçamento do ano que vem prevê 11.382 novas vagas, sendo 3.652 do CN 2, mas nem todas precisam ser preenchidas
O governo federal vai gastar mais com salários e benefícios de servidores em 2026. De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), enviado ao Congresso nesta sexta-feira, as despesas com pessoal do Executivo federal passarão de R$ 315 bilhões em 2025 para R$ 350,4 bilhões em 2026. Uma alta de 11,24%.
Esse aumento acontece principalmente por três motivos: os reajustes salariais acertados com servidores, a reestruturação de várias carreiras e a realização de novos concursos públicos.
Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, cerca de R$ 12,1 bilhões do crescimento vêm de aumentos já aprovados para carreiras civis, como auditores da Receita Federal e médicas das universidades federais. Outros R$ 4,4 bilhões correspondem a novos acordos que passam a valer a partir de 2026. Para os militares, o impacto é de R$ 5,3 bilhões.
Além disso, o orçamento separa R$ 1,5 bilhão para concursos e novas contratações em diferentes áreas do Executivo e R$ 1,8 bilhão para reforçar o quadro de professores e técnicos na rede de Institutos Federais.
Mesmo com a expansão da folha, o governo argumenta que os gastos estão controlados em relação ao tamanho da economia. Em 2022, as despesas com pessoal representavam 2,68% do PIB, a expectativa é que esse número caia para 2,59% em 2026.
No total, estão previstas 11,3 mil novas vagas, sendo 3,6 mil abertas no Concurso Público Nacional Unificado (CNU).
Apesar da previsão, o Ministério do Planejamento e Orçamento destaca que a criação de vagas no orçamento não significa que todas serão preenchidas. A autorização para chamar os aprovados depende de decisões posteriores do governo e da disponibilidade de recursos durante a execução do orçamento.
A abertura das vagas faz parte da política de recomposição do quadro de pessoal do governo federal, que passou por anos de restrição de concursos. Segundo o Planejamento, a medida busca "oxigenar e reforçar" a administração pública, trazendo novos servidores para áreas estratégicas e melhorando a prestação de serviços públicos.