Biocombustíveis na COP30 são debatidos no Fórum Nordeste 2025
A discussão foi dividida em duas partes: os seis eixos da agenda de ação da COP30 e a estabilidade da biomassa na fabricação de produtos
A pauta dos bicombustíveis na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) foi o tema central do primeiro painel do Fórum Nordeste 2025, realizado nesta segunda-feira (1º), no Recife. A discussão foi dividida em duas partes: os seis eixos da agenda de ação da COP30 e a estabilidade da biomassa na fabricação de produtos como o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e o biometano.
No início do painel, o presidente da conferência, embaixador André Aranha Corrêa do Lago destacou, em vídeo, que os biocombustíveis, as energias renováveis, o etanol e as oportunidades que os combustíveis de aviação oferecem ao país são “assuntos da maior importância”.
“O Brasil tem vantagens comparativas extraordinárias nessa área e nós temos que aproveitá-las. Isso é para lembrar ao setor, lembrar a todos os companheiros que estão reunidos, que a agenda da COP30 é uma agenda positiva para o Brasil”, afirmou.
O painel foi mediado pelo presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e presidente-executivo da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha.
“O Brasil é anfitrião da COP, mas precisa tentar mostrar e se inserir nessa pauta dos biocombustíveis de forma cada vez mais eficiente. E aqui tratou-se desse caminho para a inserção na tentativa de colocar os biocombustíveis como, de fato, eles são, com um caráter mais descarbonizador e que produzem um bônus ambiental”, disse Renato.
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Herrera Bertone Gussi, expôs temas que dialogam com os seis eixos da agenda de ação da COP30, como as múltiplas rotas tecnológicas.
“Temos múltiplas rotas tecnológicas para responder ao desafio da transição energética e da redução das emissões de carbono. Vamos precisar de todas as tecnologias disponíveis para fazer frente a esse desafio. Isso vai implicar veículos que sejam mais eficientes de fato e energia para mover esse veículo com a menor intensidade de carbono."
Já o presidente da Bioenergia Brasil e da Associação da Indústria de Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig-MG), Mário Campos Filho, explicou que é importante discutir sobre o sistema de produção de etanol no Brasil e que o setor terá que pensar no mercado interno, mas também no mercado externo para os próximos anos.
“A gente está fazendo uma grande revolução na produção de etanol no país. Aquilo que a gente construiu ao longo de centenas de anos e que teve um impulso muito grande a partir de 1975, ele foi escalado de uma forma muito forte com o etanol a partir dos grãos nos últimos anos. E o que vem por aí, de fato, é algo desafiador para nós."
O presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Cosag/Fiesp), Jacyr Costa Filho, ressaltou que o país está incorporando novas tecnologias e novos produtos para descarbonizar, como as produções de eletricidade e biogás. Porém, é necessário que os países estejam aderindo aos compromissos da COP.
“A gente precisa ter a cooperação e a participação dos países. Basta lembrar que poucos países, apenas em torno de 20%, entregaram as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). Isso é muito pouco e diz muito sobre os compromissos que eles têm de descarbonização. Isso é um ponto negativo dessa COP. A nossa diplomacia tem que fazer com que mais países se engajem nessa COP."
O Fórum Nordeste 2025 tem o patrocínio do Banco do Nordeste, Suape, FMC, Sudene, Copergás e Neoenergia. Apoio do Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Fertine e NovaBio. Como apoio técnico conta com o Sindaçúcar-PE. O evento é uma realização do Grupo EQM.