Combustível

Fórum Nordeste 2025 apresenta sistema que garante motores pesados 100% a etanol

Sistema DSA Etanol reduz a emissão de gases poluentes e garante ganho em eficiência termodinâmica

Motores Pesados 100% Etanol : Uma Nova Rota Tecnológica. Palestrante Daniel Sofer, fundador da DSA, ao lado do presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro - Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Empresa de criação de alta tecnologia, com grande foco em motores e veículos, voltada à geração de soluções com aplicabilidade para demandas reais, a DSA, através do fundador Daniel Sofer, apresentou no Fórum Nordeste 2025, nesta segunda-feira (1º), o Sistema DSA Etanol. A novidade garante controlar a combustão de etanol em motores pesados originalmente diesel, e busca reduzir a emissão de gases poluentes. 

"A gente criou um novo sistema de injeção de combustível, que permite pela primeira vez, em 150 anos de existência do motor a combustão interna, que um combustível seja queimado em um ciclo que não é um ciclo Otto e nem um ciclo Diesel. Estamos trazendo uma terceira forma de queimar combustível, que materializa o melhor de ambos os mundos", explicou Daniel Sofer, no painel "Motores pesados 100% a etanol - Uma nova rota tecnológica".

"Isso, graças à tecnologia dentro dos injetores que a gente criou, e permite a flexibilidade de aplicação a todos os motores diesel que se possa imaginar", seguiu. 

Daniel Sofer enfatiza ainda que o motor com o injetor DSA instalado ganha em eficiência termodinâmica - fração de calor absorvido do combustível que é convertida em trabalho útil - e reinventa o uso do motor. "Quando eu falo que conseguimos pegar um motor que era diesel, operar em 100% a etanol, sem modificar o motor, só instalando esse sistema inovador, e consegue fazer isso mantendo ou ganhando eficiência termodinâmica, isso pode ser uma revolução de como os motores operam não só no setor supra energético, mas em todo o mercado que opera".

Meio-ambiente
Com o sistema de conversão de combustível, além de possibilitar uma redução nos custos operacionais, a DSA busca diminuir, também, a emissão de poluentes. Em 2024, por exemplo, o Brasil consumiu quase 70 bilhões de litros de diesel, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Isso implica em aproximadamente 240 milhões de toneladas de CO² produzidas, principal causador do aquecimento global. 

"O potencial do impacto ambiental disso é enorme. É difícil até de calcular. Mas gente entende que por mais que a descarbonização seja um caminho sem volta, que custe muito dinheiro, bate em barreiras. Se você for computar pelo preço de venda do etanol, você está falando de economia de R$ 8 bilhões por safra. Não é que custa R$ 8 bi, economiza R$ 8 bi. Você reduz 3,5 vezes, quase 10 milhões de toneladas de CO² não emitidas", pontuou Daniel Sofer. 

Comercialização
A ideia da DSA é comercializar o sistema a partir do próximo ano. Para isso, conta com a parceria da Germek Equipamentos, Grunner, Adecoagro e São José Agroindustrial. "A comercialização desses sistemas deve começar durante 2026. Vai ser feita de forma muito peculiar. Não vamos vender os sistemas, serão todos via locação para cliente final, para usinas e coisas do tipo. Diferentes players estão conversando com a gente. Minha empresa é de tecnologia, então vamos pegar nossa tecnologia e criar empresas comercializadoras para fazer essa venda", detalhou Sofer. 

Fórum Nordeste 2025
O Fórum Nordeste 2025 tem o patrocínio do Banco do Nordeste, Suape, FMC, Sudene, Copergás e Neoenergia. Apoio do Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Fertine e NovaBio. Como apoio técnico conta com o Sindaçúcar-PE. O evento é uma realização do Grupo EQM.