Ações do Google disparam após decisão da Justiça americana sobre Chrome
Ontem, juiz decidiu que Alphabet não precisará vender o navegador, mas terá de compartilhar dados das buscas com concorrentes
As ações da Alphabet, dona do Google, alcançaram a máxima histórica de valor nesta quarta-feira, um dia depois de uma decisão histórica favorável à empresa. Por volta de 11h30, uma hora após a abertura das negociações em Nova York, a ação da Alphabet subia 8,2%, aos US$ 228,96.
O movimento ia em linha com a decisão de ontem de um juiz federal americano sobre um caso histórico, movido pelo Departamento de Justiça americano, contra o monopólio do site de buscas: a empresa não precisará vender um de seus principais produtos, o navegador Chrome.
Na esteira da valorização, o índice Nasdaq, que agrega os principais papéis das empresas de tecnologia, subia 1,06%.
A decisão de ontem permite que o Google evita uma das medidas mais severas solicitadas pelo governo dos EUA, com o entendimento de que a empresa detém um monopólio ilegal no mercado de buscas. No entanto, o juiz Amit Mehta proibiu que o Google firmasse contratos exclusivos para buscas na internet.
Na prática, o Google deverá fornecer seus resultados de busca e parte dos seus dados para empresas rivais consideradas “concorrentes qualificadas”, mas não será obrigado a se desfazer de partes do negócio. Mesmo assim, o Google já anunciou que vai recorrer, e o caso pode se arrastar nos tribunais por anos.
A sentença do juiz encerra um processo de anos movido pelo Departamento de Justiça dos EUA (órgão do Executivo) e um grupo de estados em 2020. O departamento alegou na Justiça que o mecanismo de busca do Google, que gera bilhões em lucros anuais, realizava quase 90% das buscas na web, um número contestado pela empresa.
O julgamento do caso antitruste é c onsiderado o mais importante no setor de tecnologia nas últimas décadas.