"O Rei da Feira", novo longa de Leandro Hassum estreia nesta quinta-feira (4)
O filme é ambientado no cotidiano de uma tradicional feira de rua no subúrbio do Rio de Janeiro
Protagonizado por Leandro Hassum e o pernambucano Pedro Wagner, “O Rei Da Feira” estreia nesta quinta-feira (4), nos cinemas brasileiros. A narrativa combina humor e mistério, ambientada no cotidiano de uma tradicional feira de rua no subúrbio do Rio de Janeiro.
Quem matou o Bode (Wagner)? É a partir dessa pergunta que “O Rei Da Feira” constrói seu enredo. Entra em cena Monarca (Hassum), o detetive responsável pelo caso, que seria impossível de resolver se não fosse pelo espírito do feirante que, mesmo sofrendo uma amnésia alcoólica, voltou para ajudar na investigação. O protagonista tem o poder de falar com os mortos e mistura seu faro investigativo com dons paranormais para revelar o mistério assolando a feira.
Ao longo da 1h30 de filme, a história se torna um verdadeiro tabuleiro de “Clue” convidando o espectador a tentar desvendar quem é o assassino em meio a tantos suspeitos como o tio desnaturado, a ex-mulher, a amante, um cobrador impaciente e rivais do falecido. Em alguns momentos, a obra se entrega tanto ao enigma que deixa até a comédia de lado.
“Grande parte disso é em função da gente redescobrir novos caminhos e arriscar para explorar mais o gênero da comédia, que é um tipo de filme tão apreciado pelo brasileiro. Eu acho que não só é uma tentativa, mas é uma oportunidade de se buscar caminhos mais criativos também. Acho que é um pouco sobre ousar nesse desejo de fazer mais cinema com mais inovação”, explica Felipe Joffily, diretor do longa, em entrevista exclusiva para a Folha de Pernambuco.
Joffily já dirigiu Hassum anteriormente na adaptação para as telonas de “Os Caras de Pau”. E esse fato fica aparente quando o humor do filme combina perfeitamente com o tipo ao qual estamos acostumados a ver com o comediante.
“Para cada filme ele precisa entregar um personagem diferente, mas ao mesmo tempo a gente também não pode deixar de se aproveitar do talento e das ferramentas que ele tem e, que, muitas vezes é o que faz o público ir atrás dos trabalhos do Leandro, né? Eles querem ver também uma certa identidade que ele já coloca no trabalho dele”, conta o diretor.
Apesar do protagonista ser bem construído, o coadjuvante também rouba algumas das cenas. O Bode vai além de ser um alívio cômico e se torna um pilar para o drama do filme. Não podia ser diferente, já que o próprio intérprete está acostumado a subir nos palcos para viver histórias sérias do Grupo de Teatro Magiluth. “Inicialmente, eu levei o trabalho a sério como eu sempre faço. Mas saindo da superfície da leitura do roteiro, eu me deparei com um papel genuinamente brasileiro e genuinamente engraçado”, expõe Wagner, que dá vida ao personagem.
“Para mim, foi mais desafiador porque precisei sair de uma zona de conforto, né? De uma zona de conforto que, apesar de chamar de zona de conforto, eu não acho que existe exatamente isso no trabalho do ator, porque é sempre sobre desconforto. É sempre começar do zero. E acho sempre que fazer comédia é muito difícil. Acho que romper com o realismo e com a caretice que eu vejo hoje em dia no cinema é difícil. É quase como lidar com uma equação complicadíssima, sabe? Seja o gênero que for, terror, comédia, ação. Então, ao mesmo tempo que foi desafiador, foi instigante”, conclui o artista.