Conversa entre Xi e Putin: até quanto conseguimos viver, afinal?
Trechos de uma conversa sobre imortalidade e transplante de órgãos entre o presidente russo e o presidente da China captada por microfone viralizaram nas redes
Uma conversa publicada na quarta-feira (3) entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping sobre a possibilidade dos humanos viverem até 150 anos e transplante de órgãos viralizou nas redes e chamou a atenção. A informação foi divulgada pela imprensa internacional com traduções das agências de notícias Bloomberg e da Reuters.
No diálogo, Putin diz que as pessoas estão vivendo mais atualmente e que "70 anos é quase uma criança". Em seguida, ele comenta que, com o desenvolvimento das tecnologias e a possibilidade do transplante de órgãos, é possível até mesmo alcançar a imortalidade. No que Xi responde que alguns estudos mostram que os humanos poderão chegar a 150 anos ainda neste século. Mas afinal, isso faz sentido?
De fato, a expectativa média de vida aumentou consideravelmente nas últimas décadas. No Brasil, pro exemplo, ela saiu de 35 a 40 anos em 1925, para 76,4 anos em 2025. De acordo com o geriatra Carlos André Freitas dos Santos, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e PhD em Ciências da Saúde, em entrevista anterior sobre o assunto, o que mais impactou no aumento da expectativa de vida no último século foram as questões do saneamento básico, o surgimento dos antibióticos, o controle das doenças infecciosas por meio das vacinas e o controle e tratamento de doenças cardiovasculares e metabólicas.
Apesar de todo o avanço, o “limite” atual de expectativa de vida dos seres humanos, é de 122 anos. Até hoje, essa idade só foi alcançada oficialmente pela francesa Jeanne Calment, que faleceu em 1997.
Mas alguns especialistas, como o microbiologista português João Pedro de Magalhães, que está à frente do Laboratório de Genômica do Envelhecimento e Rejuvenescimento da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e o geneticista David Sinclair, da Universidade Harvard, acreditam que é possível uma pessoa viver até os 150 anos.
Isso corresponde a um incremento de pouco mais de 20% no que é considerado o “limite” atual de expectativa de vida dos seres humanos. Entre as inovações que podem nos ajudar nesse caminho de prolongar a longevidade, com qualidade de vida, o máximo possível, estão o desenvolvimento de suplementos e medicamentos que aumentam a longevidade, medicamentos para o controle de doenças, diversas frentes dentro da área de genética, transfusão de plasma - ou de seus componentes - de pessoas jovens, eliminação das células senescentes, melhora nos níveis de educação formal, órgãos cultivados em laboratório, rejuvenescimento do sistema imunológico, reprogramação celular, revolução tecnológica, entre outros.