Trama golpista

Lula pede mobilização popular diante de 'risco da anistia' a bolsonaristas

O bolsonarismo aspira que a anistia também inclua o ex-presidente (2019-2022) caso ele seja condenado na próxima semana

Presidente Lula, em evento - Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta quinta-feira (4), uma mobilização popular diante do "risco" de que o Congresso vote uma anistia para os bolsonaristas condenados por tentativa de golpe, que poderia incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) julga Bolsonaro por uma suposta trama golpista, seus aliados promovem um projeto de lei para anistiar centenas de manifestantes condenados pelo ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

O bolsonarismo aspira que a anistia também inclua o ex-presidente (2019-2022) caso ele seja condenado na próxima semana, quando o STF definirá se Bolsonaro tentou impedir a posse de Lula após ser derrotado nas eleições de 2022.

Se for votado no Congresso, onde os conservadores são maioria, "nós corremos o risco da anistia (...) a extrema direita tem muita força ainda", afirmou Lula durante um encontro com militantes em Belo Horizonte (MG).

 
 
 
 
 
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"É uma batalha que tem que ser feita também pelo povo", clamou.

Mais de 600 pessoas já foram condenadas pelos atos de janeiro de 2023, poucos dias depois da posse de Lula, considerados pela Justiça como uma tentativa de golpe de Estado.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a insurreição em Brasília foi uma última jogada do bolsonarismo para tentar se manter no poder.

Enquanto o julgamento de Bolsonaro se aproxima do fim, no Congresso intensificaram-se esta semana as negociações para incluir a votação de uma anistia na pauta legislativa.

"Não há ainda nenhuma definição" sobre o tema, garantiu nesta quinta-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, responsável por decidir se a proposta será votada ou não.

Bolsonaro, que já está inelegível até 2030, declara-se inocente e afirma ser alvo de perseguição política. Se condenado pelo STF, pode enfrentar mais de 40 anos de prisão.