Ministros do União Brasil indicam permanência no governo
Gleisi Hoffmann afirmou que os três sinalizaram, em reunião reservada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a intenção de "continuar" na gestão petista
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou, ontem, após participar da abertura oficial da Caravana Federativa no Rio Grande do Norte, que os três ministros da cota do União Brasil na Esplanada sinalizaram, em reunião reservada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a intenção de “continuar” na gestão petista.
Se confirmada, a decisão contraria a orientação da Federação União-PP, que determinou que seus filiados deixem os cargos na estrutura federal, após o rompimento oficial das duas legendas com a base aliada de Lula.
“Na reunião, tanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, quanto os três ministros da cota do União Brasil reafirmaram apoio ao presidente Lula e manifestaram o desejo de permanecer junto ao governo. São pessoas que já estavam no governo e que têm essa relação”, explicou Gleisi, responsável pela articulação política.
O encontro citado pela ministra ocorreu na quarta-feira, no Palácio da Alvorada, e contou com a presença dos ministros Celso Sabino (Turismo/União-PA), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional/PDT-AP) e Frederico Silveira (Comunicações/sem partido), além do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A reunião foi realizada no início da tarde e ocorreu a portas fechadas.
Na prática, a situação mais delicada é a de Celso Sabino, filiado à Federação União-PP, que corre o risco de ser expulso da legenda caso insista em permanecer no cargo. Já Waldez Góes e Frederico Silveira, embora tenham sido indicados por Alcolumbre, não são filiados ao União Brasil, o que deve garantir a permanência de ambos na gestão federal, independentemente do desembarque do partido.
O caso mais crítico entre os ministros, contudo, envolve André Fufuca (Esportes/PP). O presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), opositor ferrenho de Lula, já vinha atacando o governo há algum tempo. Oficialmente, o prazo para o desembarque dos ministros seria imediato, mas Ciro afirmou que a decisão dependerá do “bom senso” de cada um. Parlamentares do PP ponderam, porém, foi estabelecido um prazo informal até o fim do mês para que Fufuca e Sabino organizem a eventual saída de seus cargos.