'Espero que a urgência seja derrotada e vamos trabalhar para isso', afirma Gleisi sobre anistia
Ministra também criticou a articulação do governador de São Paulo em favor do projeto
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo vai trabalhar para evitar que o projeto de lei que anistia envolvidos nos 8 de janeiro seja analisado no plenário da Câmara.
Em entrevista a Globo News, a ministra afirmou que governo "sequer cogita" que esse projeto seja votado.
— Sequer estamos cogitando que esse projeto seja votado, ainda tem o decreto de regime de urgência que deve ser analisado. Espero que a urgência seja derrotada, e nós vamos trabalhar para isso — afirmou a ministra.
Como mostrou O GLOBO, o governo vai procurar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar neutralizar a articulação do projeto de lei que anistia.
A pressão pela votação do texto voltou a crescer e líderes partidários tentam um acordo para que o tema seja incluído em pauta após o julgamento da trama golpista, previsto para terminar no próximo dia 12.
Articuladores políticos do governo afirmam que não irão deixar o assunto correr solto na Casa e apontam que farão o possível para brecar o movimento da oposição.
—O presidente Hugo me disse que tem nada definido por enquanto, e eu já vi as declarações do presidente Alcolumbre dizendo que não pautará uma matéria dessas no Senado — disse.
O movimento favorável a anistia tem sido interpretado por auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma ação para rifar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e abraçar a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Gleisi criticou a articulação do governador de São Paulo em favor do projeto:
— Acho o papel dele (Tarcísio) lamentável, o governador de São Paulo se prestar a esse serviço. Um homem que veste o boné do Trump, um homem que defende o tarifaço e que nós devemos dar um presente para o presidente dos Estados Unidos e vem para cima do Congresso articular anistia, porque tem interesse no apoio e votos do Bolsonaro. Realmente, é uma pessoa muito fraca, não vejo com condições de ser presidente do País.