Só 1% dos jovens adultos brasileiros tem mestrado; taxa da OCDE é de 16%, aponta Education at Glance
Education at Glance, da OCDE, mostra ainda que patamar brasileiro é o menor entre os países analisados
No Brasil, 1% dos jovens de 25 a 34 anos possui mestrado ou título equivalente, número bem abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 16%. Os dados são do relatório Education at Glance, divulgado nesta terça-feira.
Essa proporção de apenas 1% dos jovens com esse título segue estável desde 2019 e é o menor de todos os 44 países com dados disponíveis no relatório. Só a Costa Rica e Indonésia têm o mesmo patamar do Brasil. Já em Luxemburgo essa taxa chega a 39% da população de 25 a 34 anos.
Em média, indivíduos com mestrado ou título equivalente apresentam taxas de emprego e rendimentos significativamente maiores do que aqueles com bacharelado ou título equivalente, também aponta o relatório.
A OCDE é conhecida como um grupo de países ricos. O Brasil participa desses estudos como convidado, junto de outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Peru e México. Ela se define como uma organização econômica intergovernamental que se dedica a estimular o progresso econômico e o comércio mundial.
Para isso, estuda e promove meios para melhorar políticas públicas em áreas como política econômica, comércio, ambiente, ciência e tecnologia e educação. O intercâmbio desses conhecimentos entre os países é uma das vantagens de integrar a organização.
Divulgado anualmente pela OCDE, o Education at a Glance reúne e compara os principais indicadores internacionais ligados à educação. Os dados são fornecidos pelos próprios países. Fazem parte da organização economias desenvolvidas como Alemanha, EUA e Japão, além de países emergentes como Turquia e México. Outro grupo de nações, como o Brasil e Argentina, participa do levantamento, mas como convidado.
Focos diferentes
O Education at Glance mostra ainda que as graduações mais procuradas pelos graduandos de países da OCDE são de dois grupos: 1) ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) e 2) negócios, administração e direito. Cada um deles reúne 23% dos estudantes. Já a área de artes e humanidades, ciências sociais, jornalismo e informação compõe um segundo grande grupo de alunos, com 22%.
Já no Brasil, essa proporção é bem mais desequilibrada: 34% estão em áreas de negócios, administração e direito — os dois últimos cursos são os maiores do país. Já a área de STEM corresponde a 16% dos bacharelados e a de artes e humanidades, ciências sociais, jornalismo e informação reúne 8%.
A evasão do ensino superior também é maior no Brasil do que em outros países da OCDE — só 49% dos ingressantes brasileiros terminam seu curso três anos depois do que era esperado, enquanto na média da organização isso sobe para 70%. Este é um motivos pelos quais só 24% dos jovens brasileiros de 25 a 34 anos concluem o ensino superior, enquanto na OCDE isso chega a 49%.
As taxas de conclusão ainda variam de acordo com a área de estudo. Em média, na OCDE, apenas 58% dos novos ingressantes em programas de bacharelado em áreas STEM se formam três anos após o término previsto dos estudos. As taxas de conclusão na área de saúde e bem-estar são significativamente maiores, chegando a 74%. No Brasil, as taxas de conclusão em STEM são de 38%, inferiores às de saúde e bem-estar, que são de 46%.