STF se prepara para o "day after" do julgamento com aparato de segurança sem precedentes
Novo grupo de agentes foi convocado para reforçar as equipes que estão trabalhando
O Supremo Tribunal Federal (STF) manterá a segurança no mais alto nível durante os três próximos dias do julgamento da trama golpista pela Primeira Turma, e dará continuidade ao reforço nas semanas que seguirão ao resultado da análise — com foco especial na posse da nova presidência da Corte, marcada para o dia 29 de setembro.
O Globo apurou que as equipes de segurança identificam como especialmente delicado o "day after" do julgamento, com risco de atuação de grupos insatisfeitos com o eventual resultado proferido pela Primeira Turma.
Um novo grupo de agentes da polícia judiciária foi convocado para reforçar as equipes que estão trabalhando no Supremo, que estão inclusive dormindo no tribunal. Antes de o julgamento começar, na semana passada, uma turma de agentes vindos de outros estados já estava reforçando a segurança do tribunal.
Também foi dada a orientação para que os ministros que integram a Primeira Turma — Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — evitassem movimentações públicas durante o período o julgamento, sobretudo voos e deslocamentos para outras cidades e voos comerciais.
No aparato de segurança que vem sendo aplicado pelo STF, há drones, carros de polícia, cachorros e aparelhos de raio-x na entrada tanto do prédio quanto da sala de julgamento. Além disso, snipers e atiradores de elite ficam de prontidão em uma sala a postos para atenderem a qualquer chamado.
Nesta quarta-feira, o STF entra no quarto dia do julgamento da ação penal da trama golpista, com a expectativa para o voto do ministro Luiz Fux, terceiro magistrado na ordem de votação. Nesta terça-feira, o relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus, e foi seguido pelo ministro Flávio Dino.
Para sete réus, a condenação diz respeito aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. Esses dois últimos crimes só ficaram de fora da condenação do réu Alexandre Ramagem, em razão da suspensão da tramitação da ação penal em relação a esses delitos pela Câmara dos Deputados, por envolverem fatos ocorridos após sua diplomação como deputado federal.