EX-PRESIDENTE

Defesa de Bolsonaro diz que vai aguardar fim do dia para tratar sobre prisão domiciliar

'Vamos esperar o fim do dia', diz Paulo Bueno ao chegar em sessão decisiva no STF

Ex-chefe do Executivo federal cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica - Valter Campanato/Agência Brasil

O advogado de Jair Bolsonaro, Paulo Bueno, disse que quer esperar o fim do dia para falar sobre a possibilidade de pedir prisão domiciliar para o ex-presidente, caso ele seja de fato condenado no julgamento da trama golpista em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Vamos esperar o fim do dia — disse Bueno ao chegar a Corte.

Com o placar de 2 a 0 pela condenação dos réus, o Supremo retoma nesta quarta-feira o julgamento da trama golpista com o voto do ministro Luiz Fux. Caso também considere o ex-presidente os demais aliados acusados de tentativa de golpe como culpados, o colegiado já terá maioria. Fux, contudo, tem apresentado divergência em relação aos entendimentos de Moraes ao longo do processo.

Bueno contestou mais uma vez a deleção do ex-auxiliar de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.

 

— Delação do Cid não deveria existir, ele é um mentiroso — disse Bueno.

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também deve ser tema do voto de Fux. O ministro já sinalizou que considera ter havido omissões relevantes do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em seus depoimentos e se referiu ao conjunto de declarações como “delações independentes”, sem plena coerência entre si.

Na sessão de terça-feira, Moraes rebateu essa visão ao afirmar que não havia “oito delações de Cid”, mas um conjunto consistente de elementos que reforçam a acusação. O voto de Fux pode trazer uma análise distinta sobre o peso probatório da colaboração.