Política

CPMI do INSS amplia apurações e pode prorrogar prazo dos trabalhos

Os 32 parlamentares que integram o colegiado decidiram requisitar dados sobre registros de entrada e saída de investigados em órgãos públicos, além de indícios reunidos pelo INSS, pela PF e pela CGU

"Queremos saber exatamente onde está todo este patrimônio, tudo o que foi roubado da Previdência", afirmou o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG) - Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, ontem, cerca de 400 requerimentos de informações e de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de suspeitos de participação na fraude bilionária que atingiu a Previdência.

Os 32 parlamentares que integram o colegiado decidiram requisitar dados sobre registros de entrada e saída de investigados em órgãos públicos, além de indícios reunidos pelo INSS, pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Também aprovaram a quebra de sigilo de pessoas, associações, entidades e empresas investigadas no âmbito da 'Operação Sem Desconto'.

Entre os nomes que terão os sigilos quebrados estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Maurício Camisoti, além do ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto. Na semana passada, a CPMI já havia aprovado os pedidos de prisão preventiva de Antunes, Camisoti, Stefanutto e de outros 18 investigados.

"Queremos saber exatamente onde está todo este patrimônio, tudo o que foi roubado da Previdência", afirmou o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), ao explicar a finalidade dos requerimentos aprovados.

Viana também disse não descartar a prorrogação do prazo de funcionamento da comissão. Ele destacou o grande volume de informações já recebidas e a necessidade de ouvir mais pessoas.

"O prazo de seis meses pode se tornar curto se nós não tivermos uma dinâmica mais acelerada nessa comissão. E eu entendo que, ano que vem, por ser um ano eleitoral, seria muito melhor para todos nós que a comissão terminasse no prazo com as respostas necessárias", declarou.

O senador reforçou que o mais importante é garantir resultados concretos. "Mas se nós não conseguirmos, ao final dos seis meses, esclarecer ao povo brasileiro o que aconteceu na Previdência, como aconteceu e onde foi parar o dinheiro, esta presidência fará o pedido de continuidade dos trabalhos. Estou imbuído dessa responsabilidade de só encerrar a comissão quando tivermos delineado e identificado todos os envolvidos, com os pedidos de prisão correspondentes", afirmou.

O requerimento de criação da CPMI estabelece prazo de 180 dias para a conclusão dos trabalhos. Considerando o recesso parlamentar, as investigações devem ser encerradas em 28 de março de 2026.