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Bolsonaro deixa hospital, e boletim médico aponta quadro de anemia e pneumonia residual

Ex-presidente deixou casa pela primeira vez após ser condenado pelo STF a 27 anos de prisão

Bolsonaro deixou hospital após fazer procedimentos - Sergio Lima/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou, na tarde deste domingo (14), o hospital DF Star, na Asa Sul, em Brasília. Bolsonaro realizou exames laboratoriais e procedimentos na pele. O boletim médico divulgado logo após a alta apontou quadro de "anemia" e a tomografia mostrou imagem residual de uma pneumonia recente.

"Os exames laboratoriais evidenciaram quadro de anemia por deficiência de ferro e a tomografia de tórax mostrou imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração", afirma o boletim.

Essa foi a primeira vez que o ex-mandatário deixou a sua residência após ser condenado a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ( STF).

Como está em prisão domiciliar por suspeita de tentar obstruir a Justiça, desde antes da condenação, Bolsonaro precisou de autorização do ministro Alexandre de Moraes para poder fazer o deslocamento.

A ida ao hospital contou com um forte esquema de segurança. As medidas incluíram escolta policial, varredura na porta do hospital e até revista em mochilas de apoiadores do ex-presidente.

Bolsonaro chegou ao hospital às 8h, escoltado por oito carros. Um grupo de apoiadores estava no local. Seu comboio fez um trajeto mais longo para chegar ao local, que não passou no setor de embaixadas.

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, acompanhou o pai e criticou o forte esquema de segurança. "Homens fardados e armados vigiam como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela, assim como fazem em sua prisão domiciliar", escreveu ele na rede social X.

Conforme relatório médico, o ex-presidente foi ao hospital para remover duas lesões na pele, uma benigna (pinta) no tronco e outra ainda desconhecida que será levada à biópsia.

Agora, a defesa, então, precisará entregar um atestado médico ao STF num prazo de até 48 horas.

Os procedimentos foram considerados simples se comparados às intervenções médicas realizadas pelo ex-presidente nos últimos meses. Em abril, ele foi submetido a uma cirurgia de grande porte de reconstrução da parede abdominal, que durou 12 horas. Depois, ficou dias 21 internado.

No mês passado, quando já estava em prisão domiciliar, Bolsonaro esteve no hospital para fazer uma série de exames. Após quase cinco horas, um boletim médico informou que havia persistência de esofagite e gastrite, além de "imagem residual" de infecções pulmonares recentes.

Bolsonaro vem sofrendo com um quadro de soluços frequentes, que nos momentos de crise o impedem de falar e o fazem vomitar. A condição é uma das sequelas do ataque a faca sofrido por ele durante a campanha eleitoral de 2018.

O estado de saúde delicado de Bolsonaro deve basear um pedido da defesa para que ele cumpra a pena em regime domiciliar. Essa manifestação deve ser feita após a publicação do acordão do julgamento encerrado nesta sexta-feira.

Relembre as cirurgias de Bolsonaro em decorrência da facada

6 de setembro de 2018
Bolsonaro precisa passar por uma cirurgia de emergência no Hospital de Juiz de Fora, em Minas Gerais, após ser esfaqueado durante a campanha eleitoral.

12 de setembro de 2019
Dias depois, após ser transferido para São Paulo, precisou passar por uma cirurgia de desobstrução do intestino.

28 de janeiro de 2019
Cirurgia para retirada da bolsa de colostomia, que precisou ser colocada durante a recuperação da facada.

8 de setembro de 2019
Uma das cirurgias causou uma hérnia na cicatriz. Por isso, o presidente precisou fazer novo procedimento cirúrgico para correção.

12 de setembro de 2023
Presidente passou por nova cirurgia em decorrência da facada, quando foi preciso corrigir uma hérnia de hiato, ou seja, uma cirurgia na porção superior do estômago para resolver um quadro de refluxo.

Cirurgia do dia 13 de abril de 2025: 12 horas de operação
Após 12h de cirurgia, o último boletim médico do ex-presidente indicava que ele estava sem dor e com quadro de saúde “estável”. "O ex-Presidente da República Jair Bolsonaro foi submetido a cirurgia de extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal. O procedimento de grande porte teve duração de 12 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue", diz trecho do comunicado dos médicos que fizeram a cirurgia no DF Star.

Os profissionais acrescentaram que a "obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências. Encontra-se no momento na Unidade de Terapia Intensiva, estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções".