Doações para crianças, política, operações migratórias e Gaza marcam a noite do Emmy
A 77ª edição do Emmy Awards, principal premiação da televisão, aconteceu na noite de domingo (14) em Los Angeles
As estrelas da televisão se reuniram em Los Angeles na noite de domingo (14) para a 77ª edição do Emmy Awards, a principal premiação da televisão.
Estes são alguns dos momentos marcantes no Teatro Peacock em Los Angeles:
Contagem regressiva
O anfitrião, Nate Bargatze, encontrou uma forma de controlar os agradecimentos intermináveis nos discursos dos vencedores: no início da noite, ele anunciou que doaria 100.000 dólares (R$ 537 mil, na cotação atual) para a organização 'Boys and Girls Club of America', mas que descontaria 1.000 dólares (R$ 5.367) a cada segundo adicional aos 45 atribuídos para cada intervenção.
"Sei que é difícil. É um jogo que inventei, e estas são as regras", disse o apresentador.
No entanto, esclareceu que voltaria a adicionar 1.000 dólares para cada segundo economizado nos discursos.
Com um contador na tela, o valor diminuía inevitavelmente enquanto atores e diretores agradeciam colegas, familiares ou agentes.
Embora alguns vencedores tenham respeitado seu tempo, ao final da noite a doação praticamente havia desaparecido.
Felizmente, Bargatze disse que ele e a rede CBS doariam um total de 350.000 dólares (R$ 1,88 milhão) para a organização sem fins lucrativos que organiza programas extracurriculares para jovens.
Aplausos a Colbert
o humorista Stephen Colbert foi um dos destaques da noite, sendo aplaudido de pé quando subiu ao palco.
A CBS anunciou em julho que cancelaria seu programa "The Late Show with Stephen Colbert", dias após o comediante criticar o acordo de 16 milhões de dólares (R$ 89 milhões, na cotação da época) que a Paramount (empresa-matriz da CBS) fez com o presidente Donald Trump para encerrar um processo judicial contra ele. "Um grande suborno", segundo Colbert.
Trump comemorou o cancelamento, mas a indústria do entretenimento se solidarizou com o humorista, e apresentadores de outros programas noturnos apoiaram sua indicação a melhor talk show, um prêmio que ele ganhou.
"Às vezes, você só sabe o quanto realmente ama algo quando sente que pode estar perdendo. Em setembro de 2025, meus amigos, nunca amei tão desesperadamente meu país. Deus abençoe os Estados Unidos", disse Colbert.
Cinco mulheres e um homem
Quando a atriz de "Jogos Vorazes", Elizabeth Banks, anunciou com orgulho que havia mais mulheres do que homens indicados ao prêmio de melhor direção em minissérie, todos aplaudiram.
"Quando foi a última vez que uma categoria de direção teve cinco mulheres e um homem?", perguntou. "Não me preocupei em pesquisar isso, mas acho que todos concordamos que nunca", disse.
Em seguida, Banks abriu o envelope e anunciou que o único homem indicado, Philip Barantini, havia ganhado pela série "Adolescência".
ICE e Gaza
Em um momento de fortes tensões nos Estados Unidos, e poucos dias depois da morte do ativista de direita Charlie Kirk, que foi assassino a tiros, a política se infiltrou no glamour da noite.
Hannah Einbinder, melhor atriz coadjuvante em série de comédia por "Hacks", utilizou o seu discurso para fazer uma breve declaração ao time de futebol americano Philadelphia Eagles, às operações migratórias do ICE — Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA — e à guerra em Gaza.
"Vamos, Birds, foda-se o ICE e Palestina livre", afirmou.
O ator espanhol Javier Bardem usou um keffiyeh em apoio aos palestinos. No tapete vermelho, ele disse à AFP que esta era uma forma de boicotar aqueles que ele acredita que apoiam Israel em sua guerra em Gaza.
"Estamos mirando as empresas de cinema e as instituições cinematográficas que são cúmplices e estão relacionadas com a lavagem de imagem ou a justificativa do genocídio em Gaza e de Israel, e seu regime de apartheid", afirmou.