Conflito

Israel bombardeia porto controlado por rebeldes huthis no Iêmen

Este é o ataque mais recente de Israel contra os rebeldes apoiados pelo Irã, após o assassinato do primeiro-ministro huthi no mês passado na capital Sanaa

Funeral de jornalistas e trabalhadores da mídia - Mohammed HUWAIS / AFP

Israel bombardeou, nesta terça-feira (16), o porto iemenita de Hodeida, controlado por rebeldes huthis, que relataram pelo menos dez ataques nesta área do oeste do Iêmen.

Este é o ataque mais recente de Israel contra os rebeldes apoiados pelo Irã, após o assassinato do primeiro-ministro huthi no mês passado na capital Sanaa, e dezenas de bombardeios dirigidos principalmente contra os meios de comunicação do grupo na semana passada.

Anteriormente, a rede de televisão Al Masirah, controlada pelos huthis, informou que "12 ataques aéreos do inimigo israelense tinham como alvo o porto de Hodeidah", e o porta-voz militar do grupo, Yahya Saree, afirmou que suas defesas aéreas estavam "enfrentando aviões inimigos israelenses que estão lançando uma agressão contra o nosso país".

O Exército israelense afirmou ter atacado uma "infraestrutura militar" huthi no porto, utilizada "para transferir armas fornecidas pelo regime iraniano, com o objetivo de realizar ataques contra o Estado de Israel e seus aliados".
 

Antes do ataque, o porta-voz militar israelense no idioma árabe, Avichay Adraee, havia pedido a evacuação do porto e dos barcos ali ancorados.

Um motorista de caminhão no porto de Hodeidah contou à AFP que deixou seu local de trabalho depois da advertência israelense. "Outros civis que trabalhavam ali também foram embora", afirmou.

Horas depois dos bombardeios, o Exército israelense afirmou que interceptou um míssil lançado do Iêmen.

As sirenes que alertam para o lançamento de mísseis soaram em Jerusalém e em partes de Israel.

O ataque foi reivindicado pelos huthis, que afirmaram que dispararam um "míssil balístico" contra a região de Jaffa.

Seu porta-voz militar, Yehya Saree, também informou de disparos de drones contra o aeroporto de Ramon, no sul de Israel.

Em um comunicado divulgado na rede social X, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, alertou que os huthis "continuarão sofrendo golpes e pagando um preço doloroso por qualquer tentativa de ataque ao Estado de Israel".

Os huthis lançaram ataques repetidos com drones e mísseis contra Israel desde o início da guerra em Gaza, em 2023, em solidariedade ao povo palestino.

Em resposta, Israel atacou o Iêmen em várias ocasiões, concentrando-se em infraestruturas como portos, estações de energia e o aeroporto internacional da capital, Sanaa.

Em 10 de setembro, 46 pessoas morreram e mais de 160 ficaram feridas em bombardeios israelenses contra os rebeldes em Sanaa e na província de Al Jawf, no norte do país.

Em agosto, o primeiro-ministro huthi Ahmad Ghaleb al Rahwi, nove ministros e dois funcionários do gabinete rebelde morreram em outro ataque aéreo em Sanaa.