JHSF fará venda de imóveis a investidores com valor de R$ 4,6 bilhões
Transação será feita através de um "veículo de investimento" e recursos serão usados em novos projetos da companhia
A JHSF Participações, empresa do setor imobiliário destinado ao público de alta renda, informou que constituiu um "veículo de investimento" com valor aproximado de R$ 4,6 bilhões para a venda e compra de ativos da companhia.
Entre os itens que serão oferecidos a investidores estão imóveis prontos e em desenvolvimento.
Os recursos que entrarem no "veículo de investimento" ajudarão a empresa a aplicar em novos produtos da companhia, tornando a estrutura de capital da empresa mais dinâmica, disse a JHSF em fato relevante divulgado ontem.
As ações da empresa na B3 sobem mais de 10% nesta quarta-feira. No ano, a alta acumulada é de 68%.
A JHSF teve lucro líquido consolidado de R$ 245,8 milhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 45,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
"A conclusão da transação trará para a JHSF uma estrutura de capital ainda mais dinâmica e moderna, na qual os projetos de incorporação imobiliária atuais e futuros, desenvolvidos e geridos pela companhia, poderão ser conduzidos conjuntamente com capital de investidores, por meio de veículos específicos, permitindo para a empresa equilíbrio e eficiência de seu capital entre os segmentos de renda recorrente e incorporação", explicou a empresa em comunicado, observando que esse movimento permitirá que o mercado tenha uma visão mais precisa do valor e do potencial de geração de valor da JHSF.
Novidade no mercado local
A transação está sendo considerada a maior oferta feita ao mercado imobiliário e se alinha ao que acontece no mercado internacional, com a constituição de fundos imobiliários para transações de compra e venda de empreendimentos, disse a companhia no comunicado.
No "veículo de investimento", que deverá ser um fundo imobiliário, foram colocados ativos como apartamentos do residencial Reserva Cidade Jardim, que está sendo construído na Marginal Tietên em São Paulo, num terreno de 20.000 metros quadrados, com áreas entre 455 a 1.300 metros quadrados e arquitetura de Sig Bergamin, Murilo Lomas e Pablo Slemenson.
Também fazem parte do pacote oferecido ao mercado apartamentos residenciais integrados ao projeto do São Paulo Surf Club, um clube de luxo da JHS, que oferece uma experiência de praia artificial com piscina de ondas para surf. Também há lotes do Complexo Boa Vista, em Porto Feliz (SP) e da Fazenda Santa Helena, em Bragança Paulista (SP). São empreendimentos em que a construtora compra o terreno, constroi e realiza as vendas.
Mas a JHSF atua também no segmento de shoppings (Cidade Jardim, Catarina Fashion Outlet, entre outros); hospitalidade e gastronomia (tem restaurantes e hoteis, entre eles a bandeira Fasano); é dona do primeiro aeroporto internacional dedicado à aviação executiva no Brasil, o São Paulo Catarina, em São Roque, São Paulo, além de uma unidade de negócios de varejo, com marcas como Bayard, de produtos esportivos, da butique Cholé e da Pucci.
Nesse segmento, chamado de renda recorrente, nenhum ativo será ofertado no fundo.
De acordo com o comunicado, o veículo de investimento terá como política de investimento a compra e venda de estoques, lotes e produtos imobiliários da companhia, diz o texto.
Nos empreendimentos que estão sendo vendidos, a JHSF informou que seguirá à frente do desenvolvimento de todos os projetos, "seguindo o compromisso com a qualidade e a excelência que fazem parte do DNA da companhia".
A expectativa é que a oferta ao mercado seja feita em breve. Os bancos contratados para a operação ainda não foram divulgados.
A JHSF informou que há garantia da operação, ou seja, se todos os ativos não forem vendidos, os bancos garantem o valor para chegar aos R$ 4,6 bilhões.