CPI do INSS vai ouvir o atual ministro da Previdência
Wolney Queiroz será ouvido no próximo dia 9
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, será ouvido pela CPI do INSS no próximo dia 9. Wolney confirmou a ida ao colegiado para prestar esclarecimentos, onde vai comparecer como convidado. Até o momento, a CPI ouviu ex-ministros como Carlos Lupi, que antecedeu Wolney no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e José Carlos Oliveira, que chefiou a Previdência no governo de Jair Bolsonaro (PL).
— Não fomos ouvidos ainda na CPMI. A gente tem acompanhado na medida do possível, porque são depoimentos longos, e a gente tem de trabalhar. Mas eu me ofereci, mandei um ofício antes de ontem, com datas que eu estou à disposição para ir e falar para os senadores e deputados membros da CPMI — disse durante o programa "Bom Dia, Ministro", desta quinta-feira.
Familiares de Careca prestam depoimento
A CPI do INSS começará a ouvir, nesta quinta-feira, pessoas ligadas ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como o "Careca do INSS", apontado como figura central para as fraudes no instituto. Nesta segunda, Careca cancelou a sua participação no colegiado, o que fez com que a CPI reagisse e aprovasse a convocação do filho, da esposa, além de sócios dele. O acordo para aprovação dos requerimentos contou com a anuência de lideranças do governo e da oposição. Além disso, o colegiado votará 179 requerimentos com pedidos de informação e de novas convocações.
Quem será ouvido nesta segunda
Tânia Carvalho dos Santos - esposa de Careca
Romeu Carvalho Antunes- filho de Careca
Rubens Oliveira Costa - sócio de Careca
Milton Salvador Júnior - sócio de Careca
Nelson Willians - advogado que foi alvo da PF
O advogado Nelson Wilians conseguiu habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo a ele o direito de permanecer em silêncio e não prestar depoimento. Apesar disso, ele terá que comparecer à sessão.
Careca e o empresário Maurício Camisotti foram presos na última sexta em ação determinada pelo STF em desdobramento da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Segundo o GLOBO apurou, investigadores identificaram risco de fuga e indícios de ocultação patrimonial.
Por identificar o risco de fuga de Careca e Camisotti, a CPI já havia aprovado, no início do mês, um requerimento endereçado ao Supremo no qual pedia a prisão preventiva e a quebra de sigilo deles e de outros suspeitos citados em investigações da Polícia Federal. O presidente da CPI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), precisou pedir à Polícia Legislativa a intimação dos dois presos diante da dificuldade de encontrá-los.
Careca do INSS é apontado como operador central, responsável por intermediar as relações entre associações fraudulentas e servidores públicos. Relatórios da PF indicam que Antunes movimentou R$ 53 milhões em valores oriundos de entidades sindicais e empresas relacionadas, muito acima da renda mensal de R$ 24 mil que declarava oficialmente.
Após ser preso, Careca foi levado para a Superintendência da PF em Brasília. De acordo com a investigação, ele teria movimentado R$ 9,3 milhões em repasses destinados a pessoas ligadas a servidores do INSS, entre 2023 e 2024.