RIO DE JANEIRO

"É muito cara", justifica prefeito Paes ao desistir de desapropriar mansão de 'Ainda estou aqui'

Imóvel na Urca não será transformado na sede da RioFilme e volta a ficar disponível no mercado

Casa na Urca utilizada para a gravação do filme Ainda Estou Aqui - Reprodução/TV Globo

O prefeito Eduardo Paes revelou nesta quinta-feira (18) o motivo de ter desistido de desapropriar a mansão usada em "Ainda estou aqui", longa que garantiu ao Brasil o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Anunciado há seis meses como futura sede da Casa do Cinema Brasileiro, o imóvel de 450 metros quadrados, na Urca, Zona Sul do Rio, voltou ao mercado por R$ 18 milhões.

— É muito cara. Tentamos negociar, mas o valor é muito alto para a prefeitura. Temos outras prioridades, embora fosse uma homenagem ao cinema brasileiro. Sabemos que o Rio é a capital do audiovisual no país, mas infelizmente a promessa não será cumprida — afirmou Eduardo Paes.

Segundo Paes, a Prefeitura do Rio chegou a avaliar a propriedade em R$ 13 milhões. Um valor abaixo do solicitado pelos proprietários, mas um montante que ainda ultrapassa as possibilidades do orçamento municipal.

O decreto
No primeiro semestre deste ano, o prefeito do Rio havia anunciado que o imóvel da Rua Roquete Pinto, na esquina com a Avenida João Luiz Alvez, se tornaria a Casa do Cinema Brasileiro. O espaço abrigaria a sede da RioFilme, empresa pública dedicada a fomentar o setor audiovisual.

Um decreto publicado em 3 de março no Diário Oficial previa a desapropriação, seguida de obras de reforma. O plano incluía abrir o andar térreo para visitação pública, enquanto as demais áreas seriam destinadas às atividades da RioFilme.

Mas depois do jornal Extra ter noticiado nesta terça-feira que a casa estava de volta ao mercado, a desistência do acordo foi confirmada durante a cerimônia de reabertura de setores do Hospital do Andaraí.

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Sem acordo

O corretor imobiliário Marcelo Dias, responsável pelo negócio, explicou que o valor do imóvel subiu em R$ 4 milhões desde a conquista do Oscar. Antes, era oferecido por cerca de R$ 14 milhões.

— A prefeitura e os donos não chegaram a um acordo. O que sabemos é que a desapropriação não vai mais acontecer. os proprietários praticamente não terão lucro em relação ao preço inicial, de R$ 14 milhões. Houve uma reforma grande e só de impostos devem pagar R$ 1,5 milhão — afirmou o corretor.