Sheinbaum diz que não tem provas contra a deputada sancionada pelos EUA por vínculos com cartéis
Líder de esquerda explicou que as autoridades mexicanas estavam cientes das investigações iniciadas por Washington, mas acabaram decidindo não aderir às sanções devido à falta de provas
O México não possui "provas suficientes" para tomar medidas contra uma deputada do partido governista recém-sancionada pelos Estados Unidos por seus laços com o cartel de Sinaloa, afirmou a presidente Claudia Sheinbaum nesta sexta-feira (19).
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções na quinta-feira contra indivíduos, incluindo a deputada Araceli Brown Figueredo, por supostos vínculos com Los Mayos, uma facção do cartel de Sinaloa, designado grupo terrorista pelo governo de Donald Trump como parte de sua cruzada contra o tráfico de fentanil.
"Não há provas suficientes para estabelecer a lavagem de dinheiro que alegam", respondeu a presidente durante sua coletiva de imprensa matinal.
A líder de esquerda explicou que as autoridades mexicanas estavam cientes das investigações iniciadas por Washington, mas acabaram decidindo não aderir às sanções devido à falta de provas.
A Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do Ministério da Fazenda do México implementou apenas "um bloqueio administrativo" de indivíduos e empresas designados como traficantes de drogas pelos Estados Unidos, uma medida preventiva que não pressupõe a existência de um crime, explicou o governo ontem.
Sheinbaum acrescentou que "se os Estados Unidos apresentarem todas as evidências", a Procuradoria-Geral do México abrirá uma investigação. "Se houver mais informações, não protegeremos ninguém", afirmou.
Segundo o Departamento do Tesouro, Los Mayos corromperam e controlaram o governo municipal de Rosarito, cidade vizinha de Tijuana, na fronteira com o estado da Baixa Califórnia, no noroeste do país, enquanto Brown Figueredo, do partido Morena de Sheinbaum, era prefeita (2021-2024).