Livro sobre Campeonato de Futebol de Praia em Olinda nas décadas de 70 a 90 é lançado neste sábado
A obra "GEGG Orgulho de um passado" faz parte da coleção Ronaldo Barradas, que deve contar com outras publicações
Preservar a memória é uma forma de valorizar a história. Recordar é viver ao mesmo tempo em que viver é recordar. É com esse pensamento que está sendo lançado o primeiro livro da coleção Ronaldo Barradas, que conta histórias do Campeonato de Futebol de Praia de Olinda, realizado entre as décadas de 1970 e 1990, e das equipes participantes.
O primeiro livro a ser lançado será o “GEGG – Orgulho de um passado”, escrito por João Eudes Simões de Oliveira, engenheiro de Telecomunicações aposentado e um dos ex-jogadores do Grêmio Esportivo Geraldo Genu (GEGG).
O lançamento do livro ocorre neste sábado (20), no Restaurante Samburá, em Bairro Novo, Olinda, a partir das 15h. O local escolhido é o mesmo onde eram realizados os jogos do certame.
Durante a solenidade, também será feita uma homenagem a Carlos Eduardo Coutinho, o “Castanha”. Ele, assim como Ronaldo Barradas, participou da organização dos campeonatos.
O evento também contará com a apresentação do grupo Samba Retrô após o lançamento do livro.
“GEGG – Orgulho de um passado”
O primeiro livro da coleção Ronaldo Barradas aborda os momentos mais significativos e faz um resumo da visão de 11 ex-jogadores que integraram o elenco do GEGG durante os campeonatos. Para João Eudes, dar o pontapé inicial no projeto e poder escrever sobre a história do seu time foi um momento ímpar.
“Quando veio o convite para fazer esse livro, eu achei uma oportunidade ímpar. Eu estava em débito comigo mesmo para escrever um livro. Passei uns quatro ou cinco meses colhendo informação, conversando com as pessoas que disputaram o campeonato e com as pessoas do nosso time e da nossa empresa [Telpe], e comecei a condensar as informações”, comentou.
No livro, Eudes também explica a origem do nome da equipe, que acabou ganhando o apelido de “jegue” como um trocadilho à sigla “GEGG”. A obra traz ainda homenagens a ex-jogadores da equipe que morreram e a Bolinho.
“Fizemos uma espécie de resumo daqueles que morreram, descrevendo como eles eram e como eles foram importantes para a gente. Também homenageamos Ronaldo Barradas, o popular Bolinho, que dedicou-se o tempo todo ao campeonato, que só acabou quando ele faleceu”, lembrou.
E foi com Bolinho uma das principais memórias do GEGG no campeonato. O organizador do torneio protagonizou um momento inusitado na final em que a equipe disputou, quando estava apitando a decisão da edição de 1986.
“Um dos momentos mais marcantes do time foi quando perdemos o título devido a um erro crasso do árbitro, que era o nosso amigo "Bolinho". Em um lance de falta - todo mundo sabia que tinha sido uma falta clamorosa - nós paramos, mas o outro time continuou e fez o gol. Quando ele apitou, todo mundo pensava que era para dizer que não foi gol, mas ele declarou e o time foi campeão. Depois ele pediu desculpa, porque disse que estava olhando para outro canto. Mas mesmo assim, todo mundo ainda lembra dele com um grande coração”, confessou.
Ao todo, 140 livros já foram vendidos na pré-venda e mais 60 estarão disponíveis para compra após o lançamento. O valor da obra é de R$ 60.
Campeonato de Futebol de Praia
Com cerca de 30 edições disputadas, o Campeonato de Futebol de Praia de Olinda foi sensação na cidade durante as décadas de 70 e 90. O certame foi realizado nas partes dos antigos diques dos restaurantes Samburá e do Zé Pequeno, em Bairro Novo, e reunia dezenas de pessoas.
Ao todo, 50 equipes disputaram a competição ao longo da história, incluindo times até de outros municípios da Região Metropolitana, como Paulista e Igarassu.
O certame também contou com a participação de jogadores que jogaram profissionalmente em diversos clubes, como Elói, Paulete, João de Deus, Tochó, Xaxá, Fêu e muitos outros.
Xaxá, que jogou inclusive no futebol de salão do Náutico, Santa Cruz e da Seleção Pernambucana, se declarou ao campeonato de futebol de praia. No certame, ele defendeu o São Bento, o União e o São Pedro, maior campeão do torneio com sete títulos.
“Para mim, sempre foi uma honra jogar como amador. Eu sempre optei pelo amadorismo, mesmo quando jogava no Náutico. A amizade é leal, você não tem aquela competição tão animal. Sempre houve respeito e eu me sentia muito bem no futebol de praia”, confessou.
Coleção Ronaldo Barradas e projetos futuros
A coleção Ronaldo Barradas deve contar com o lançamento de outros livros a partir do próximo ano.
Um deles deve ser contando a história da equipe do Boko Moko, escrito pelo jornalista Marcílio Brandão. Outro time que também deverá ter um livro é o São Pedro.
Ao final da coleção, será lançado também um livro maior contando a história de todo o campeonato.
Um dos idealizadores da coleção, Fernando Duarte, que jogou no Barata D’Água e no Falta de Ar, falou das expectativas futuras do projeto, incluindo uma possível volta do campeonato.
“Estamos pensando em institucionalizar e fazer uma coisa mais organizada. Isso é um projeto de futuro. A ideia é a gente fazer financiamento dos livros, fazer um instituto mesmo, talvez até uma série de memória de esportes na praia e fazer também torneios e incentivar a juventude a retomar o Campeonato do Futebol de Praia de Olinda”, explicou Fernando.