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Implanon: Saúde recebe primeiras unidades de implante contraceptivo para o SUS; veja como funciona

Dispositivo é o único implante hormonal com registro sanitário na Anvisa

Implante contraceptivo Implanon. À esquerda, o aplicador com o implante (a haste flexível) - Organon/divulgação

O Ministério da Saúde vai oferecer o implante contraceptivo Implanon no SUS. Segundo a pasta, o dispositivo tem vantagens como a longa duração, de três anos e a alta eficácia. Na última sexta (19), foram entregues à pasta mais de 100 mil unidades do implante e 100 kits que serão utilizados no treinamento dos profissionais de saúde responsáveis pela inserção do dispositivo.

Ainda, de acordo com a pasta, a entrega dos implantes será realizada em conjunto com a capacitação de profissionais de saúde para a inserção do implante subdérmico na Atenção Primária à Saúde (SUS), por meio das Oficinas de Qualificação para a Implementação do Implante Subdérmico. Essas atividades serão promovidas pelo Ministério da Saúde entre outubro e dezembro de 2025, em todos os estados brasileiros e no DF.

“Uma novidade que chega ao SUS é a introdução desse medicamento que previne a gravidez, uma revolução que vai garantir acesso gratuito às mulheres de uma medicação que costuma custar muito caro no serviço privado. O implante contribui não só para prevenir a gravidez, mas, na prática, vai reduzir a mortalidade materna que temos nos país. Conseguimos garantir esta compra que já vai atender a 100 mil mulheres no SUS", afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em comunicado.

Como o Implanon funciona?
O Implanon, da empresa Organon, é o único implante hormonal com registro sanitário na Anvisa, indicado para prevenir a gravidez indesejada. É um pequeno bastão de plástico semirrígido que contém 68 mg de etonogestrel. Ele deve ser colocado diretamente sob a pele exclusivamente por um médico ou enfermeiro especializado na técnica.

O etonogestrel, um hormônio feminino, passa a ser liberado de forma contínua do implante para a corrente sanguínea. A quantidade no implante é suficiente para a liberação durante um período de até três anos. Ao longo desse tempo a ação do hormônio impede a liberação do óvulo e altera a secreção do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides. Ele pode atuar no organismo por até três anos, sem necessidade de intervenções durante esse período.

A eficácia do Implanon é alta, comparável à da pílula. De acordo com o Ministério da Saúde, após os três anos o implante deve ser retirado e, se houver interesse, um novo poderá ser inserido imediatamente pelo próprio SUS. A fertilidade também retorna rapidamente após a remoção caso a mulher decida engravidar.

Entre os métodos disponíveis no SUS, apenas o DIU de cobre tem ação de longa duração. No entanto, métodos do tipo são considerados “mais eficazes no planejamento reprodutivo por não dependerem do uso contínuo ou correto por parte da usuária, como ocorre com os anticoncepcionais orais ou injetáveis”, diz a pasta, reforçando que são reversíveis e seguros.

Além do DIU e, em breve, do Implanon, o SUS disponibiliza preservativos externo e interno; anticoncepcional oral combinado; pílula oral de progestagênio; injetáveis hormonais mensal e trimestral; laqueadura tubária bilateral e vasectomia. Apenas os preservativos oferecem proteção também contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).