Diplomacia

Alckmin diz acreditar no diálogo com os EUA: 'a boa química ajuda'

Presidente em exercício classificou a conversa de menos de um minuto entre Trump e Lula em evento da ONU em Nova York como "bom encontro"

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. - Valter Campanato/Agência Brasil

Um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente na semana que vem, e comentar que teve uma “boa química” no primeiro encontro pessoal com o mandatário brasileiro, o vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira que acredita no “diálogo” para reverter o tarifaço americano sobre as exportações do Brasil para lá.

-- A boa química entre as pessoas ajuda no relacionamento entre os países – disse Alckmin, após participar da abertura de um seminário, na sede do BNDES, no Rio.

Ele enalteceu o discurso de Lula na Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira, e classificou de “bom encontro” a conversa de menos de um minuto do presidente brasileiro com Trump.

Alckmin voltou a afirmar que a sobretaxa americana adicional sobre os produtos brasileiros, em vigor desde o inicio de agosto, e "injustificável" e lembrou que o Brasil não sobretaxa as importações vindas dos EUA.

Dos dez produtos mais importados pelo pais junto aos EUA, oito são isentos de tarifas de importação, o que contribui para que, na media, a taxação brasileira sobre as vendas americanas fique em 2,7%, reafirmou o vice-presidente.

Alckmin citou o Redata, programa de incentivos e benefícios tributários para investimentos em data centers, como oportunidade de investimentos estrangeiros no Brasil, mas evitou detalhar o que o pais poderia oferecer aos americanos em termos de negociação comercial.

Sobre a regulação das plataformas digitais e de redes sociais, tema que aparece entre as preocupações de Trump em seus discursos e postagens, Alckmin disse que a legislação recentemente aprovada pelo Congresso, e sancionada por Lula, é boa.

E repetiu o posicionamento do Palacio do Planalto sobre o tema, de que e preciso combinar a liberdade de expressão com a proteção dos usuários, especialmente crianças e adolescentes.

O vice-presidente também é ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Servicos, supervisiona as políticas de comércio exterior e, portanto, tem conduzido as negociações comerciais com a Casa Branca.

Questionado, Alckmin não confirmou quando será a reunião entre Lula e Trump, tampouco disse se o encontro será presencial ou remoto, por videoconferência ou telefone.

O vice-presidente também não respondeu se ele ou sua equipe já teve ou planeja ter contatos prévios com a equipe do Departamento de Comércio americano, antes da conversa entre os dois presidentes.