EUA

Ex-funcionários dos EUA pedem à Suprema Corte que não remova governadora do Fed

Presidente Trump disse há um mês que removeria Cook do cargo por acusações de fraude hipotecária.

Lisa Cook, membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), e o presidente dos EUA, Donald Trump - Saul Loeb e Andrew Caballero-Reynolds / AFP

Um grupo de ex-secretários do Tesouro dos Estados Unidos, ex-presidentes do banco central e outros líderes da economia instaram nesta quinta-feira (25) a Suprema Corte a não permitir que Donald Trump destitua uma governadora do Federal Reserve (Fed).

No total, 18 personalidades que ocuparam cargos econômicos de alto nível apresentaram ao tribunal um texto em apoio à governadora da Fed Lisa Cook.

Permitir a destituição de Cook expõe o banco central americano a influências políticas, advertiram no texto.

O presidente Trump disse há um mês que removeria Cook do cargo por acusações de fraude hipotecária.

Cook é a primeira mulher negra a integrar a diretoria do Fed.

Embora um tribunal de apelações tenha determinado que ela poderia permanecer no cargo por enquanto, Trump recorreu à Suprema Corte para demiti-la.

"Fazer isso exporia o Federal Reserve a influências políticas, enfraquecendo assim a confiança pública na independência do Fed e colocando em perigo a credibilidade e eficácia da política monetária dos Estados Unidos", argumentaram.

Entre os que lançaram o alerta estão os ex-presidentes do Fed Ben Bernanke e Alan Greenspan.

Entre os ex-secretários do Tesouro estão Janet Yellen, que serviu na administração de Joe Biden, e Henry Paulson, que atuou no governo de George W. Bush.

"Manter o status quo enquanto se determina a legalidade da destituição, em contrapartida, serviria ao interesse público ao proteger a independência e a estabilidade do sistema que rege a política monetária", disseram.

Os economistas enfatizaram que o Congresso concebeu o Fed como uma entidade independente e separada das pressões políticas.

Separadamente, os advogados de Cook advertiram que permitir sua destituição imediata "indicaria aos mercados que o Fed já não desfruta de sua tradicional independência".