Dívidas

Contas externas do Brasil têm déficit de US$ 4,7 bilhões em agosto

Superávit comercial maior e menor gasto com serviços explicam a melhora ante agosto de 2024

Banco Central do Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 4,7 bilhões em agosto de 2025, segundo o relatório Estatísticas do Setor Externo divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central. O resultado representa melhora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o déficit foi de US$ 7,2 bilhões, e reflete, principalmente, aumento do superávit comercial e queda nas despesas com serviços.

No acumulado de 12 meses encerrado em agosto, o país gastou no exterior US$ 76,2 bilhões a mais do que recebeu, o equivalente a 3,51% do Produto Interno Bruto (PIB). Em julho, esse percentual estava em 3,66%, e em agosto de 2024, em 1,95%.

Componentes das transações correntes
Balança comercial: superávit de US$ 5,5 bilhões, acima dos US$ 3,7 bilhões de agosto de 2024. As exportações somaram US$ 30,0 bilhões (+3,8% na comparação anual), enquanto as importações caíram 2,6%, para US$ 24,5 bilhões.
 

Serviços: déficit de US$ 4,2 bilhões, queda de 20,3% em relação a agosto de 2024 (US$ 5,3 bilhões). Houve recuos nas despesas líquidas de transporte (-21,5%, para US$ 1,2 bilhão), propriedade intelectual (-18,6%, para US$ 637 milhões), telecomunicação e computação (-6,6%, para US$ 561 milhões) e aluguel de equipamentos (-5,5%, para US$ 934 milhões). As viagens internacionais ficaram estáveis em US$ 1,2 bilhão.

Renda primária: déficit de US$ 6,3 bilhões, 6,4% maior que o de agosto de 2024. As despesas líquidas com juros subiram 9,3%, para US$ 1,5 bilhão, e as de lucros e dividendos aumentaram 5,2%, para US$ 4,9 bilhões.

Investimentos e reservas
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 8 bilhões em agosto, ligeiramente abaixo dos US$ 8,2 bilhões de um ano antes. No acumulado de 12 meses, o IDP atingiu US$ 69 bilhões, o equivalente a 3,18% do PIB.

Os investimentos em carteira tiveram ingressos líquidos de US$ 2,8 bilhões, com saídas de US$ 464 milhões em ações e fundos de investimento e ingressos de US$ 3,3 bilhões em títulos de dívida.

As reservas internacionais fecharam agosto em US$ 350,8 bilhões, um aumento de US$ 5,7 bilhões em relação ao mês anterior, impulsionado por variações de paridades cambiais, preços e receitas de juros.