Sabino anuncia demissão do Ministério do Turismo após nova reunião com Lula
Partido do titular da pasta, União Brasil determinou na semana passada a entrega de cargos de todos os seus filiados no governo
O ministro do Turismo, Celso Sabino , anunciou sua demissão do cargo. A decisão ocorre após o ultimato dado pelo União Brasil, seu partido, que na quinta-feira da semana passada antecipou o movimento de desembarque da Esplanada e determinou a entrega de cargos de todos os seus filiados em até 24 horas.
— Entreguei ao presidente minha carta. Meu pedido de saída do ministério — disse Sabino no Planalto.
Sabino já havia discutido sua saída em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira passada, mas no encontro acertou que entregaria sua carta de demissão apenas após a volta do presidente da viagem a Nova York, o que ocorreu ontem. Os dois se reencontraram nesta sexta-fe ocorre após nova reunião no Palácio do Planalto na manhã desta sexta-feira.
Sabino é um dos ministros de Lula que vinha conduzindo os preparativos da COP30 em Belém, que ocorrerá em novembro. Apesar da pressão do União Brasil, ele tinha interesse em permanecer no governo, principalmente por motivos eleitorais. No começo de setembro, o ministro afirmou a Lula que gostaria de seguir no cargo e trabalharia por alternativas dentro do partido para isso. Uma das hipóteses levantadas na época foi Sabino se licenciar da legenda, o que foi descartado pelo União Brasil.
O desejo de Celso Sabino de ficar na gestão estava ligado a suas pretensões eleitorais em 2026. Deputado federal eleito pelo Pará, ele tem planos de concorrer a uma vaga ao Senado pelo estado na chapa com o governador Helder Barbalho (MDB).
De acordo com interlocutores, Lula já teria sinalizado a Sabino que o apoiaria na disputa. Em 2022, Lula venceu a disputa presidencial no Pará com 54% dos votos.
Apesar de ter anunciado desembarque do governo, o União Brasil tem três ministérios no governo. Celso Sabino é uma indicação da bancada da Câmara da legenda. Já os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações), por serem apadrinhados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não serão afetados pelo movimento da sigla, embora Alcolumbre seja também membro da executiva do partido.